Cemitério Maldito (Pet Sematary)(TerrorMistério/Thriller);Elenco:Jason Clarke, Amy Seinetz, John Lithgow, Jeté Laurence;Direção:Kenin Kölsch e Dennis Widmyer; USA, 2019. 101 Min.
Deve existir um complô para acabar com a obra de Stephen King, e com a ajuda dele. Tirando da lista dos maus sucedidos,pelo menos para os que leram os livros, “IT: A Coisa” (2017); “Carrie: A estranha” (1976), que até hoje dá o que falar, os demais foram bastante sofríveis. A saber: “A Torre Negra” (2017), nada mais, nada menos, que a obra prima de Stephen em oito volumes e um conto estendido. Tudo bem que a transposição de linguagem da literatura para o cinema exige uma série de adaptações, mas os pilares, o zelo e o cuidado para manter a história o mais próxima possível, deixando um espaço para que o espectador encaixe sua imaginação e se remeta àquela leitura sem ser fossilizado com personagens engessados ou fluidos demais, possivelmente seja o segredo de uma boa adaptação. “Cemitério Maldito”, uma das obras mais conhecidas do autor, é previsível, mais do mesmo e um tiro numa obra bem conhecida do mestre do suspense e terror na literatura popular.
Louis (Jason Clarke) é um médico que se muda com a família para uma cidade pequena em busca de paz. Conhece Jud (John Lithgow) que é nascido e criado na cidadezinha e, portanto, conhece todos os seus mistérios e lendas. Após uma tragédia Jud conta a Louis um segredo que faz sua família desmoronar. Como um filme de terror é mais do mesmo. Não chega aos pés de “A Bruxa” (2015) nem de “Hereditário” (2018), que são filmes recentes do gênero. Como análise filosófica sobre os preços de nossas cegueiras é uma boa pedida. Mas, esse não é objetivo da obra, logo, se apresentaria como uma análise forçada.
Dirigido pelos parceiros de longa data Kevin Kölsch de “Starrey Eyes” (2014) e Dennis Widmyer de “Absence” (2009), o longa tem como destaque a trilha sonora de Christopher Young de “A Entidade” (2012). A atuação da novata Jeté Laurence surpreende. O que decepciona são os diálogos num roteiro raso que acaba com o livro. Escrito por Matt Greeberg de “O Sétimo Filho” (2014) (pudera!) e Jeff Buhler de “Maligno” (2019) – cuja surpresa também está na atuação de crianças – o script decepciona quem lê Stephen King, mesmo o autor tendo uma abordagem popular, mas inteligente e competente.
Como nada nessa vida agrada a todos, haverá os que curtirão o filme, pois se encaixa no lugar comum dos filmes de terror, que tem o seu público fiel. Mas, para quem viu “Corra!” (2017) e “Nós” (2019) nada mais satisfaz se não tiver consistência. Remake do remake “Cemitério Maldito” é um produto comercial mediano com direito a referências a “Sonhos” (1990) de Akira Kurosawa com takes similares e tudo o mais e a Winston Churchil. Um avilte para o Akira, o Winston e o Stephen.
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