Um Fim de Semana em Paris

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Um Fim de Semana em Paris

Por | 2018-06-16T23:50:33-03:00 4 de abril de 2015|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Um Fim de Semana em Paris (Le Week- End). (Comédia/Drama/Romance); Elenco: Lindsay Duncan, Jim Broadbent, Jeff Goldblum; Diretor: Roger Michell; Uk/France, 2013. 93 Min.

Um casal na terceira idade, Meg (Lindsay Duncan) e Nick (Jim Broadbent), com filhos criados e falidos, resolvem comemorar seus trinta anos de casamento em Paris. E lá, entre todas as lembranças dos  altos e baixos  da vida a dois, expurgam toda a raiva reprimida em três décadas de convivência,  costuram tudo com o afeto que ainda resta e se descobrem com potencial para se reinventar.

484002Roger Michell de “Um Lugar Chamado Nothing Hill” (1999), dirige uma comédia romântica cujos personagens já viveram mais da metade de suas vidas. O roteiro dicotômico, portanto realista, é de Hanif Kureishi, indicado ao Oscar por “Minha Adorável Lavanderia” (1985). “Um Fim de Semana em Paris” é uma DR regada a muito riso. Tem um tom transgressor e nos faz lembrar os filmes existencialistas de Woody Allen. É um painel do que somos, do que os outros acham que somos e de,  até que ponto, nos curvamos a isso. Promove e propõe uma desconstrução de aparências e verdades instituídas, com graça e inteligência. Não faltam citações a Beckett , com a crítica à modernidade, Wittgenstein , com os equívocos das construções de linguagem e de entendimento dela e, Bakhtin com os discursos polifônicos, tanto na argumentação quanto  na construção dos personagens.

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O filme ganhou dois prêmios, melhor atriz para Lindsay Duncan no festival britânico de filmes independentes, e melhor ator para Jim Broadbent, no San Sebastian. A trilha sonora tem de Bob Dylan a Nick Drake e é assinada por Jeremy Sams, ganhador de um BAFTA (1996). Lindsay e Jim estão soberbos como o casal que renasce das cinzas, mas impagável mesmo, está Jeff Goldblum, como um antagonista espetacular, dando amostras grátis de tudo o que alguém que tem uma vida “certinha” invejaria, mas que também não é feliz. A moral da história é que a felicidade é invenção, então, a gente inventa ela a hora que a gente quiser, simples assim.

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“Um Fim de Semana em Paris” é uma ode à dicotomia das relações humanas, nos mostra que a vida muda com o tempo, a idade e as relações também….mas Paris é sempre Paris. Divino!

Le-Week-end- um fim de semana em Paris

Sobre o Autor:

Crítica cinematográfica, editora do site Cinema & Movimento, mestre em educação, professora de História e Filosofia e pesquisadora de cinema. Acredito no potencial do cinema para fomentar pensamento, informar, instigar curiosidades e ser um nicho rico para pesquisas, por serem registros de seus tempos em relação a indícios de mentalidades, nível tecnológico e momento histórico.

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