A Criada

Por | 2018-05-31T18:07:27-03:00 11 de janeiro de 2017|Adaptação: Literatura/cinema, Crítica Cinematográfica|0 Comentários

A Criada (Ah-ga-ssi/ The Handmaiden) (Drama/Romance/Thriller); Elenco: Kim Min-hee; Kim Tae-ri, Ha Jung-woo, Ja Jin-woong; Direção: Park Chang-Wook; Coréia do Sul, 2016. 144 Min.

Depois da trilogia da vingança: “Mr Vingança” (2002); “Oldboy” (2003) e “Lady Vingança” (2005) pela qual ficou notabilizado com um dos cineastas mais proeminente de sua terra, Park Chang-Wook  dirigiu outros filmes importantes sempre sob o tema da violência. Dessa vez a linha é a da sagacidade. Roteirizado por ele e pela roteirista Jeong Seo-Kyeong de “Sede de Sangue” (2009) “A criada” tem uma gramática cinematográfica oriental com uma história intrincada e com desdobramentos imprevisíveis e a forma de conta-la se assemelha a ‘desdobradura’ de origami. O longa é mais uma obra-prima de Park Chang-Wook e abocanhou, até agora, 43 prêmios mundo afora.

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“A Criada” é uma história intrigante, bem contada que remonta o japão da década de 30 do século passado e mistura tradições japonesas com a marginalidade cultural da coréia em relação às tradições do japão. Uma história de reviravoltas contada do jeito que Park Chang-Wook gosta de fazer, descortinando os véus aos poucos e mostrando os equívocos de interpretação de um primeiro olhar para quem só consegue ver um lado da historia. Enquanto, abre precedentes para o imprevisto, para a força do encantamento, da natureza e do amor. As abordagens são poderosas e silenciosas.

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Uma criada, Sook-hee (Kim Tae-Ri) é convidado por um vigarista coreano, o conde Fujiwara (Ha Jung-Woo) a participar de um plano para dar um golpe em uma dama da aristocracia, Lady Hideko (Kim Min-Hee). Sook-Hee deveria se aproximar de Lady Hideko, ganhar-lhe a confiança e incentivar seu romance com o conde Fujiwara. Depois de casarem-se, o conde internaria Lady Hidego num sanatório e dividiria sua fortuna com a criada. Porém, Lady e Criada se apaixonam. E aqui entra a maestria de Park Chang-Wook em contar essa história. Abordando as diferenças sócio-culturais entre Japão e Coréia do Sul, ele se detém no recheio da história, nas entrelinhas de uma forma poética e lasciva.

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Com uma fotografia espetacular assinada por Chung Chung-Hoon de “Segredos de Sangue” (2013) e uma música inebriante de Ja Yeong-Wook de “Oldboy” (2003), Park Chang-Wook fez uma competente adaptação literária da obra “Fingersmith” de Sarah Waters. Sim, uma obra britânica cujos aspectos culturais, ares e cheiros foram transpostos para os costumes orientais e para a gramática cinematográfica típica da coreia do sul. E nesse caminhar o que acrescenta a essa história todo o seu glamour e poder de captura da atenção do espectador deve-se às atuações dos quatro atores principais que são primorosas: Kim Min-Hee de “Certo Agora, Errado Antes” (2015); Kim Tae-ri de “Who is It?” (2015). Ha Jun-Woo de “Arquivo de Berlim” (2013) e Jo Jin-Woong de “Um Dia Difícil” (2014).

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Por tudo isso “A Criada” tem sido laureado mundo afora: das associações de mulheres recebeu prêmios de: Women in Film Korea Festival, Women Film Critics Circle; Alliance of Women Film Journalists. Das associações de críticos, recebeu prêmios das seguintes agremiações: Austin, Busan, Boston, Chicago, Dallas-Fort Worth, Kansas, Korean, Las vegas, Los Angeles, New York, Oklahoma, Phoenix, San Diego, San Francisco, St. Louis Carolina do Norte. Em Festivais recebeu prêmios em Cannes e no da Catalunha.

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Em suma, “A Criada” é uma produção de 2016 que estreia em 2017. Possivelmente, figurará nas listas de final de ano como um dos melhores. Logo, o ano começa bem, com um filme imperdível e oriental.

 

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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