‘Ennio, O Maestro’ um diamante para a memória do cinema

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‘Ennio, O Maestro’ um diamante para a memória do cinema

Por | 2022-07-28T15:05:20-03:00 28 de julho de 2022|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Ennio, O Maestro (Ennio/ Ennio, The Maestro) (Documentário/Biografia); Participações: John Williams, Hans Zimmer, Bernardo Bertolucci, Clint Eastwood, Quincy Jones; Direção: Giuseppe Tornatore; Itália/Bélgica/Holanda/Japão/China/Alemanha, 2021. 156 Min. #81/2festadocinemaitalianonobrasil #festadocinemaitaliano

Como traduzir para um leitor ou para um cinéfilo o que é ou o que consta, numa obra cinematográfica. Principalmente, quando esta se propõe a versar sobre a vida, a obra, o talento e a sensibilidade de alguém tão importante para sétima arte como Ennio Morricone (1928-2020).

Fico a imaginar a responsabilidade do diretor Giuseppe Tornatore que, pegou para si a tarefa de resumir em 2 horas e meia 60 anos de trabalho primorosos que fazem parte da História do cinema ( de “A Morte de Um Amigo” /1960 de Franco Rossi ao curta “On The Road”/2020 de Maxwell Whitman – seu último trabalho). De criar uma narrativa que desse conta da trajet´ória de talento de Ennio. O viés que percebo ser o escolhido por Guiseppe, foi o da divisão da responsabilidades. Até porque, para dar conta da grandiosidade do talento de Morricone e de suas multifacetagens, era uma tarefa a ser compartilhada, uma narrativa a ser dividida. E a escolha não poderia ter sido melhor, grandes nomes da sétima arte de áreas diferentes foram trazidas para fazer relatos de suas experiências com Ennio e de suas visões sobre esse grande artista das trilhas sonoras: atores, diretores, produtores culturais, músicos e compositores que tiveram alguma relação com Ennio relatam seus momentos com ele. Além do próprio, é claro, que numa conversa informal com Giuseppe fala sobre seu processo de criação e suas vivencias com os filmes que musicou e seus diretores.

“Ennio, O Maestro” é o filme de abertura do 8 1/2 Festa do Cinema Italiano no Brasil, edição 2022. Produzido em 2021 já ganhou prêmios de destaques em importantes em festivais de cinema: melhor diretor no BIFEST (Bari International Fim Festival); melhor documentário no Calcutta International Cult Film Festival; Edição e som no David Di Donatello Awards para o editor de som Fabio Venturi de “Os Oito Odiados” (2015) que, demonstrou sua primorosidade, dedicação e competência numa obra que versa sobre a música no cinema.

O longa tem sua coluna vertebral estabelecida a partir das narrativas do próprio homenageado, de onde partem todos os viéses de abordagens dos outros depoentes como Dario Argento, Bernardo Bertolucci, John Williams (compositor da marcha imperial de Darth Vader em Star Wars), Oliver Stone, Clint Eastwood, Bruce Springsteen, Hans Zimmer, Terence Malick, Tarantino e outros. A apresentação de trechos de suas composições é outro ponto alto do documentário. Mas, impecável mesmo é o link que Tornatore faz com a possibilidade de eternização da obra de Morricone apresentando os novos arranjos realizados pelas novas gerações a partir de suas composições.

“Ennio” (no original) é para ser assistido com reverência e ser aplaudido ao final. É um registro documental para a memória da sétima arte. É sobre o talento de alguém que faz parte da estrutura da tessitura desta arte. E, é para se ter na videoteca de casa num lugar de honra, lembrando-nos dos valores artísticos que atravessaram a música no cinema do século XX….. Um diamante!

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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