7 Desejos

7 Desejos

Por | 2017-09-16T19:08:56-03:00 16 de setembro de 2017|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

7 desejos (Wish Upon) (Fantasia/Terror/Thriller); Elenco: Joey King, Ryan Phillipe, Ki Hong Lee; Direção: John R. Leonetti; USA/Canadá, 2017. 90 Min.

Um filme com cara de sessão da tarde que se insere no gênero terror e que teve uma recepção fria, quando na verdade existe uma essência de terror nele que extrapola os clichês do gênero. Esses são os motivos que me levam a escrever sobre ele, apesar de não estar mais em cartaz e só se disponibilizar na modalidade online.

Em “A Visita” M. Night Shyamalan questiona os clichês do gênero nos mostrando que existe muito mais terror na realidade do que numa fábrica de clichês para fazer medo. Para alguém com fobia de germes e bactérias não há nada mais assustador que uma fralda suja. Para alguém com um mínimo de bom senso não há nada mais aterrorizante que um adolescente realizando todos os seus desejos. Apesar da abordagem tímida nesse sentido, é isso que “7 Desejos” nos traz de terrível.

WU_07746(l-r) Alexander Nunez stars as Tyler Manguso, Sydney Park as Meredith McNeil, Shannon Purser as June Acosta, Josephine Langford as Darcie Chapman, Joey King as Clare Shannon, Mitchell Slaggert as Paul Middlebrook and Daniela Barbosa as Lola Sanchez in WISH UPON, a Broad Green Pictures release.Credit: Steve Wilkie / Broad Green Pictures

A seara do terror é discriminada e  empobrecida pelos clichês manjados e só toma corpo com uma maquiagem primorosa como a de Greg Nicotero em “The Walking Dead”e/ou efeitos especiais que, nem sempre servem de enriquecimento para a obra; e muitas vezes ainda é vista como um artefato cômodo para fazer sucesso em detrimento de atuações que poderiam dar corpo a arte. Mas, se nos desconectarmos dos clichês e inserirmos o conceito de horror em sua essência, existe aí, possivelmente, um caminho de alargamento do gênero e de valorização de seu estilo narrativo. Só que valorizar isso não depende só de quem produz mas, também, de quem consome o produto.

WU_08408Be careful what you wish for… WISH UPON, a Broad Green Pictures release.Credit: Steve Wilkie / Broad Green Pictures

Então, nessa linha de raciocínio “7 Desejos” livre dos clichês (o que é de se admirar já que é o do mesmo diretor que o clichezão “Annabelle”/2014), e muito eivado de realidades horrendas: o bullying, a vergonha de um pai pobre, o trauma de presenciar o suicídio da mãe e o preço pago por desejos patéticos e inconsequentes, tem uma abordagem morna, pois tudo tem cara de realidade.  Penso eu que,  justamente, sair dessa redoma manjada é que é o grande mote do filme. Produção americana em co-produção com o Canadá “7 Desejos” é um angu com caroços para quem consegue se desvencilhar dos clichês do gênero e  alarga essa fronteira do terror para a essência do conceito. Mas, isso é para quem tem olhos de ver, no mais, é comum mesmo.

 

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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