A Colina Escarlate

A Colina Escarlate

Por | 2015-10-16T05:43:38-03:00 16 de outubro de 2015|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

A Colina escarlate (Crimson Peak). (Drama/Fantasia/Terror); Elenco: Mia Wasikowska, Tom Hiddleston, Jessica Chastain; Direção: Guilhermo del Toro; USA, 2015. 119 Min. #FestivalDoRio2015.

A mostra Midnight Movies do Festival do Rio 2015 trouxe o filme de Guilhermo del Toro como degustação antes da estreia no circuito. “A Colina Escarlate” é uma história original escrita por Guilhermo e Matthew Robins em que um romance é misturado com fantasmas e cuja jornada é a própria escrita da história. O estilo fica no limbo entre Jane Austen e Mary Shelley.

a-colina-escarlate-spot-nowhere1A história se passa no século XIX entre New York e a Inglaterra. Edith Cushing (Mia Wasikowska) é uma aspirante a escritora que encontra no Sr. Thomas Sharper (Tom Hiddleston) um admirador e leitor crítico. Filha de um homem próspero, o Sr. Carter Cushing (Jim Beaver) Edith é um alvo perfeito para um golpe. Thomas  é inventor e tem uma irmã pra lá de estranha, Lucille (Jessica Chastain). Cercados de misterios, se casam Edith e Thomas e rumam para a Inglaterra para morarem em sua mansão na Colina Escarlate. Lá, mais mistérios surgem e segredos são revelados.

640x480-a13e5ea0c82d147fe9c6fdb12b39f0aeSeria mais uma história de terror regada a muito sangue e clichês, se não fosse pela assinatura prestimosa de Del Toro de “Labirinto do Fauno” (2006), a direção de arte admirável de Brandt Gordon de “Resident Evil 4” (2010) e o figurino estupendo de Kate Hawley de “O Hobbit” (2012/2013/2014) e pra fechar esse aspecto artístico que sustenta a obra, a fotografia sem igual de Dan Lausten de “Terror em Silent Hill” (2006) e “I am Dina” (2002) pelo qual abocanhou o camerimage.  O elenco também ajuda, Mia Wasikowska de “Mapa Para as Estrelas” (2014) está soberba como a ‘Jane Austen/Mary Shelley’ romantica com inteligência e muita coragem para desvendar mistérios e conviver bem com eles. Jessica Chastain de “Interestellar” está divina como a irmã incestuosa e Tom Hiddleston de “Amantes Eternos” poderia ser um drácula sem a menor cerimônia. Tudo isso já é  embrulho para presente o suficiente. A história de “A colina Escarlate” é comum nos filmes de terror, mas tem corpo e é bem contada, embora os clichês de terror, em alguns momentos sejam risíveis. O forte mesmo está fora da história. Está na plasticidade muito bem feita e bem acabada e que conquistam como filme de terror clássico, engrandecendo o gênero.

A-Colina-Escarlate-mansao“A Colina escarlate” nos traz uma Jane Austen às avessas e tem como primor os detalhes e o extremo cuidado com o conjunto. Na trilha sonora de Fernando Velázquez de “Mama” (2013) tem trechos de Beethoven (pra lá de visitado nos filmes desse ano) e uma composição do próprio Guilhermo del Toro, além da trilha original que é eletrizante, transformando  o longa numa quase-ópera. O filme é uma boa pedida para quem gosta de qualidade, independente de gostar ou não de terror. Dá até para imaginar Stephen King na platéia, tamanho bom gosto. Numa palavra? Aprazível!

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  • Festival do Rio 2015 – Mostra Midnight Movies

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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