A Forca

Por | 2019-01-04T05:38:54-03:00 26 de julho de 2015|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

A Forca (The Gallows). (Terror/Thriller); Elenco: Reese Misher, Pfeifer Brown, Ryan Shoos, Cassidy Gifford; Direção: Travis Cluff, Chris Lofing; USA, 2015. 81 Min.

O gênero terror é discriminado e visto como menor por uma grande parte dos espectadores. Seja pelo estigma de ser voltado para as emoções mórbidas, para os excessos de sensações não desejadas como o medo, a tensão, a ansiedade e o desespero em detrimento de sentimentos nobres e engrandecedores. Ou por não possuírem a pureza da claridade, da luz e passarem pela seara da escuridão. São confundidos com artigos do mal,  afamados como sem histórias e eivados de trevas. Sem contar que os orçamentos para a produção de filmes de terror, salvo raríssimos casos, são sempre ínfimos. Talvez essa tenha sido a questão crucial de “A Forca” de Travis Cluff e Chris Lofing.

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O longa, que tem como um dos produtores Jason Blum de “Atividade Paranormal” e “Sobrenatural” tem um bom roteiro, uma estrutura, no modo de contar a história, bastante interessante – junta duas modalidades de atuação a teatral e a cinematográfica, e faz uma linha de metalinguagem muito boa – mas só conta com as atuações e os efeitos de câmera de mão para suscitar as emoções inerentes ao gênero no espectador. Os efeitos especiais são primários e, tanto a equipe de produção quanto os atores são estreantes em longa metragem, salvo Travis Cluff que tem no currículo o desconhecido “Gold Fools” (2012) e a atriz Cassidy Gilfford de “Deus Não Está Morto” (2014).

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A história tem bojo. A estreia da peça de teatro  A Forca, em 1993, termina em tragédia. A partir daí tudo é esquecido até que vinte anos depois um grupo de estudantes resolve revitalizá-la. Então os incidentes começam a acontecer. O desfecho da história é inteligente e juntando os links soltos fecha redondinho, mas é lugar comum no gênero. A atuação, como potencializador da tensão, em alguns momentos é teatral demais e até risível. As remetências são a “A Filha do Mal” em que em algum momento usa-se os mesmos efeitos de câmera para se produzir tensão. Em outros momentos lembra “Poltergeist” e em outros ainda “O Iluminado” (forçando muito  a barra). A trilha sonora é de Zach Lemom que vem de curta-metragens e tem como menina dos olhos “Smells Like Teen Spirit” do Nirvana e  a fotografia é de Edd Lukas, que tem no currículo ter sido assistente de câmera de “007 – Cassino Royale” (2006), e  é uma metáfora  do gênero.

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Com um orçamento estimado de cem mil dólares (Isso Mesmo!), o que foi possível fazer foi feito, na maior parte das filmagens,  na locação  Madera High School, na Califórnia. E parece mesmo filme de estudante de cinema. Mas o forte de “A Forca” é a propaganda, essa sim  de qualidade e nota dez, pra ninguém botar defeito. Uma boa tática – produção barata propaganda cara –  para uma indústria tão poderosa e um mercado tão cruel.

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Para fechar, “A Forca” é um filme de terror experimental que se define por si só… Um terror!

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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