A Glória e a Graça (Glory and Grace) (Drama/Família); Elenco: Carolina Ferraz, Sandra Corveloni, Carol Marra, Vincent Kato, Sofia Marques; Direção: Flávio Tambellini; Brasil, 2017. 94 Min.
Estrelada por Carolina Ferraz a produção nacional “A Glória e a Graça” conta a história de reconciliação entre duas irmãs. É um filme que traz o cotidiano de uma família, como qualquer outra, um drama que em seu contexto insere questões de gênero. O viés da abordagem é a humanidade e não o preconceito ou a marginalidade.
Graça (Sandra Corveloni), mulher liberada que cria os filhos sozinha, numa consulta médica de rotina descobre um problema grave de saúde que é definitivo. Então precisa organizar a vida dos filhos. Decide procurar o irmão Luiz Carlos para ajuda-la. Depois de quinze anos de ausência Graça encontra no lugar de Luiz Carlos, Glória (Carolina Ferraz). E a história está montada, com todas as questões previsíveis: a surpresa da irmã, o estranhamento dos sobrinhos, as questões familiares de reconciliação e resgate de equívocos do passado e a adoção de crianças por parte de um tio/tia travesti. O enredo é bem costurado, passa raspando nas polêmicas e não aprofunda e nem teve isso como objetivo.
Os roteiristas Mikael Albuquerque e Lusa Silvestre misturaram questões enfatizando os aspectos familiares, na periferia é que a abordagem do diferente e da dissonância se dá. A trilha sonora assinada por Pedro Tambellini de “Mae só há uma” ajudou na ênfase ao drama e a fotografia de Gustavo Hadba de “La Vingança” compõem o quadro fechando bemas tecnicalidades.
“A Glória e a Graça” é um filme simples, sem grandes metáforas ou diversidade de nuances, mas que tem a competência de trazer à luz para o grande público a naturalização da diferença, a naturalização das discussões das questões de gênero em família. E mais, com afeto. A humanidade de Glória é propositalmente superior a toda uma carga estereotipada criada para discriminar. O roteiro fechou redondo e as atuações também. É programa de família!
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