A Grande Jogada

A Grande Jogada

Por | 2019-01-02T11:22:33-03:00 11 de março de 2018|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

A Grande Jogada (Molly’s Game) (Biografia/Crime/Drama); Elenco: Jessica Chastain, Idris Eba, Kevin Kostner; Direção: Aaron Dorkin; China/EUA/Canadá, 2017. 140 Min. #Oscar2018 #JessicaChastain #AaronSorkin

Aaron Sorkin é um roteirista conhecido e respeitado, autor de “A Rede Social” (2010) e “Steve Jobs”(2015). Com “Molly’s Game” (no original) faz sua estreia como diretor e vai conhecer de perto como tirar uma história do papel e dar vida a ela. Sua competência em dirigir Jessica Chastain e Idris Elba é inegável, mas quanto a amarrar bem as pontas do roteiro e construir uma história bem estruturada na linguagem imagética, há controvérsias.

Molly (Jessica Chastain) é uma mulher que praticava a jogatina clandestina de cartas, mais especificamente, o pôquer, em hotéis cinco estrelas de Nova York. Um dia foi obrigada a parar depois de um desentendimento com a concorrência. Após isso decidiu escrever um livro e falar sobre tudo e abre precedentes para infrações legais. Contata, então, um advogado, Charlie (Idris Elba). E as histórias giram em torno desse julgamento, através de conversas e flashes de lembranças  que passeiam por momentos de infância com sua família, de adolescência quando era competidora olímpica até o início da jogatina que a fez rica e famosa. A questão é o quanto é abrangente e cheia de detalhes a história dessa mulher e o quanto Aaron Sorkin se perdeu na história içando a um nível de relevância um aspecto que foi pouco trabalhado durante o filme inteiro. Além de ser muito especifico quanto as jogadas o pôquer, deixando quem não conhece o jogo à deriva.

Michael Cera and Jeremy Strong star in MOLLY’S GAME

 

A produção é competente. As remetências a “Miss Sloane” (2016), também estrelado por Jessica Chastain, são muito grandes, mudando somente o nicho de atuação profisional. Já Idris Elba de “Beasts of No Nation” (2015) rouba a cena e ainda tem Kevin Kostner de “Estrelas Além do Tempo”(2016). Atrilha é assinada por Daniel Pemberton de “Todo o Dinheiro do Mundo” (2017) que insere tensão. E a fotografia de Charlotte Christensen de “Um Limite Enttre Nós” (2016) está luxuosa.

Mas, nem só de brilho e estrelas vive um filme, principalmente, uma adaptação literária, em que se espera que, o livro no qual a história é baseado ou inspirado, esteja presente de forma a fechar o enredo de forma satisfatória de acordo como aspectos abordados e o ritmo que é dado.  Que o filme se sustente pelos pilares principais da história que, ou são impostos pela própria história, ou quando são muitos – como é o caso de “A Grande Jogada” – que os escolhidos pelo diretor e roteirista (que neste caso são a mesma pessoa) corresponda a resposta que o livro dá àquela trajetória/jornada, o que não aconteceu no longa de Sorkin. Concorreu ao Oscar 2018 na categoria roteiro adaptado, mas não levou. Para quem gosta de  jogos de cartas e da Jéssica Chastain é uma boa pedida.

Sobre o Autor:

Crítica cinematográfica, editora do site Cinema & Movimento, mestre em educação, professora de História e Filosofia e pesquisadora de cinema. Acredito no potencial do cinema para fomentar pensamento, informar, instigar curiosidades e ser um nicho rico para pesquisas, por serem registros de seus tempos em relação a indícios de mentalidades, nível tecnológico e momento histórico.

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