‘A Noite do Jogo’ um sarro com filmes de suspense

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‘A Noite do Jogo’ um sarro com filmes de suspense

Por | 2018-06-24T11:14:49-03:00 9 de maio de 2018|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

A Noite do Jogo (Game Night) (Comédia/Crime/Mistério); Elenco: Jason Bateman, Rachel McAdams, Kyle Chandler, Jesse Plemons, Michael C. Hall; Direção: John Francis Daley e Jonathan Goldstein; USA, 2018. 100 Min.

Depois de “A Visita” de M. Night Shyamalan, que desconstrói a estrutura dos filmes de terror debaixo de muito riso, entra em cartaz “A Noite do Jogo”, um filme de comédia que brinca com os plot twist de filmes de suspense e tira um sarro com filmes de psicopatas com muita classe para o gênero, com piadas procedentes e muitas referências de filmes de terror, mistério, suspense e ação.

Um grupo de casais amigos, se reúnem costumeiramente, para jogar na casa de Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams), de jogos de tabuleiros a quizz, de mímica a bingo. Até que um dia o irmão de Max, Brooks (Kyle Chandler), um aparente bem sucedido homem de negócios e com quem Max tem uma rivalidade,  chega para perturbar a paz e propor um jogo mais realista. É aí que a confusão se instala. Brooks está sendo perseguido por uma quadrilha e tudo é confundido com o jogo. E ainda tem o psicopata light do vizinho de Max, Gary (Jesse Plemons) que anseia por ser convidado para as reuniões, sem muito sucesso. Esse é o mote para o roteirista Mark Peres brincar com os conceitos de realidade e fantasia, com o fato de não conseguirmos enxergar tudo e termos pontos cegos em nossa  interpretação de mundo, e mais, sobre as possibilidades da psicopatia.

Para batizar o longa de vez nesse viés, tem-se a participação especial de Michael C. Hall de “Dexter” dando um tom de sarro ainda maior e de Jeffrey Wright de “Westworld”. Com muitos takes de clichês dos gêneros abordados, os diretores John Francis Daley de “Férias Frustradas” (2015) e Jonathan Goldstein, roteirista de “Homem Aranha: De Volta ao Lar” (2017) fazem rir e costuram três enredos que seguem paralelos até a sua junção no desfecho, que aliás, é muito bem arrematado.

Mas, dois quesitos chamam a atenção, a trilha sonora e as referências a filmes clássicos dos gêneros ‘chacoteados’. A trilha quem assina é Cliff Martinez de “Demônio Neon” (2016) que traz Queen (Don’t Stop me Now e We are the Champion); Billy Joel (Capitain Jack) e Duke Ellington (Saddest Tale e East St. Louis Toodle-Oo) e uma tensão ritmada que nos lembra “De Volta ao Jogo”. As referências cinematográficas são sensacionais e vão de “A Noite dos Mortos-Vivos (1968) a Django Livre” (2012); de Assassinato no Expresso Oriente” (1969) a “Clube da Luta” (1999); e de “Pulp-Fiction: Tempo de Violência” (1994) a “Jogos Mortais” (2004), entre outros.

Em suma, “A Noite do Jogo” é um pastelão alegórico gostoso cujo intuito é apenas diversão. Logo, é uma boa pedida para descansar o cérebro, comer pipoca e rir muito.

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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