Até o Último Homem

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Até o Último Homem

Por | 2017-02-03T02:42:03-03:00 3 de fevereiro de 2017|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Até o Último Homem (Hacksaw Ridge) (Drama/História/Guerra); Elenco: Andrew Garfield, Milo Gibson, Darcy Bryce, Roman Guerriero, Hugo Weaving, Teresa Palmer, Vince Vaughn; Diretor: Mel Gibson; Austrália/USA, 2016. 139 Min.

Às vezes a história real é mais extraordinária que o mais extraordinário filme. Às vezes o inacreditável é real. Se equivoca quem pense que o longa dirigido por Mel Gibson tem alguma coisa a ver com o longa homônimo de 1951 dirigido por Lewis Milestone, para além de se tratar da Segunda Guerra Mundial.”Hacksaw Ridge” conta história real de Desmond Doss, um socorrista que serviu no exército americano, na batalha de Okinawa, no Japão, em 1945. E que, desarmado, salvou 75 soldados.

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Em 1942, Desmond Doss (Andrew Garfield) se alistou para lutar pelos EUA na Segunda Guerra e teve problemas com sua postura em relação a armas. Doss se recusava a andar armado e utilizar uma arma em plena guerra, alegando que seu dever era o de salvar vidas e não de tira-las. Filho de um ex-combatente traumatizado com a guerra, Desmond Doss fez de tudo para que a guerra  não fizesse a si o que fez com seu pai. E é essa jornada pessoal que caminha através de crenças que os roteiristas Robert Schenkkan e Andrew Knight de “Promessas de Guerra” (2014) contam magistralmente. E tudo a partir do olhar  de mundo de Desmond Doss.

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Dirigido por Mel Gibson, ator conhecido do grande público e diretor de filmes marcantes como “Coração Valente” (1995) e “A Paixão de Cristo” (2004).  O filme conta com atuação poderosa de Andrew Garfield de “O Espetacular Homem Aranha I e II” (2012/2014) e uma arte cinematográfica artesanal com muito pouco uso de CGI. (link disponível no final do texto). É nesse quesito que entra a direção de arte e a fotografia. A primeira de Jacinta Leong de “Mad Max: Estrada da Fúria” (2015) e Mark Robins de “O Senhor dos Anéis” (2001/2002); a segunda assinada por Simon Duggan de “O Grande Gatsby” (2013). Outro aspecto a ser levado em consideração em até o último homem é a edição. Essa assinada por John Gilbert de “O Senhor dos Anéis” (2001). Por tanto, teve 36 premiações mundo afora, foi ovacionado por 10 minutos em uma de suas exibições e teve 73 indicações  a prêmios incluindo o Oscar em 6 categorias: Melhores, filme, diretor, ator – para Andrew Garfield – edição, mixagem de som e edição de som.

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“Até o Último Homem” é um grande filme sobre crenças contextualizado na guerra e nos faz lembrar  “O Resgate do Soldado Ryan” (1998), ganhador de 5 Oscars; e  “Invencível” de Angelina Jolie na sua quase impossibilidade de ações. E, ainda tem uma grata homenagem a Stanley Kubric nos remetendo a “Nascido para Matar” (1987).O longa conta também com imagens de arquivo que  nos apresentam o verdadeiro Desmond Doss e depoimentos de seus amigos. Falecido em 2006, Desmond provou para o mundo que o ser humano não é só vileza, e que o bem também habita entre nós. Depois de vencidos todos os obstáculos para se ser bom, se é. E isso surte efeitos que ressoam 70 anos depois. “Até o Último Homem” além de trazer uma mensagem muito útil para os nossos tempos é um espetáculo de efeitos especiais artesanal.

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Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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