‘Brooklyn Sem Pai Nem Mãe’ o Noir como clichê

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‘Brooklyn Sem Pai Nem Mãe’ o Noir como clichê

Por | 2019-12-06T01:18:35-03:00 6 de dezembro de 2019|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Brooklyn Sem Pai Nem Mãe (Motherless Brooklyn) (Crime/Drama/Mistério); Elenco: Edward Norton, Alec Baldwin, Bruce Willis, Willem Dafoe, Gugu Mbatha-Raw; Direção: Edward Norton; USA, 2019. 144 Min.

O projeto de mais de 20 anos, após Edward Norton adquirir os direitos o livro Motherless Brooklyn de Jonathan Lethen, enfim sai do papel e vai para a telona. “Brooklyn Sem Pai Nem Mãe” é o projeto de vida de Edward Norton. Conhecido por ser um excelente ator, indicado ao Oscar três vezes, o hoje, produtor, roteirista e diretor apostou alto em seu primeiro trabalho como roteirista e em seu segundo trabalho como diretor, o longa-metragem é um filme forçosamente noir jogado para a década de 50, pois seu texto original se passa na década de 90, e versa sobre alguns assuntos importantes como corrupção, racismo e o fisiologismo do poder. Em todo esse contexto o que salva é a fotografia e a atuação de Edward Norton.

Com uma fotografia belíssima assinada por Dick Pope de “O Ilusionista” (2006) e uma trilha sonora envolta em jazz, assinada por Daniel Pemberton de “Yesterday” (2019), o longa abusa de closes típicos de filmes noir, investe numa narrativa em off que também é um dos clichês do gênero e conta a história de um órfão que vai investigar a morte de seu mentor e descobre as ligações no submundo das relações de poder da elite de New York. Mas, se perde nos assuntos que são o alvo da história, versa superficialmente sobre os assuntos que o trazem à baila, sem profundidade. O que de fato se destaca e, é digno de nota, é a atuação de Norton como Lionel Essrog um detetive que sofre da síndrome de Tourette.

Em suma, para quem gosta de filmes noirs, de narrativas pessoais, de uma boa fotografia e de um jazz ao fundo, o filme é uma boa pedida. Para quem é fã de Edward Norton, também. O longa está longe de ser um “Stranger on the third floor”(1940) muito menos um “Touch of Devil” (1958), mas dar para o gasto, cumpre seu papel de entretenimento.

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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