Calmaria (Serenity)(Drama/Mistério/Ficção-científica);Elenco:Matthew McConaughey; Anne Hathaway, Jason Clarke, Diane Lane, Djimon Hounsou;Direção:Steven Knight; USA, 2019. 106 Min.
Se alguém não entendeu a série de TV “Lost” tem uma última chance. O longa de Steven Knight mistura as questões misteriosas da famosa série, com as premissas de “O Novíssimo Testamento” (2015) e uns takes de “Tubarão” (1975) de forma sintética e com aspectos do cotidiano num intrincado thriller que dá gosto de assistir.
Baker Dill (Matthew McConaughey) é um veterano da Guerra do Iraque que encontrou tranquilidade na vida de pescador na ilha de Plymouth. Quando é procurado por sua ex-mulher pedindo-lhe ajuda com um marido violento. O argumento da história está dado para desenvolver uma aventura que nos remete a “Lost” pela seu questionamento do conceito de realidade e; ao “O Novíssimo Testamento” pela manipulação de destinos através de uma entidade que gere a ilha de Plymouth. Tudo isso sem perder o fio da meada e prendendo a atenção do espectador até o final. Comercial até as tampas mais do que filosófico – embora tente – “Calmaria” faz um passeio pelos anseios de um ser humano por felicidade e versa sobre violência doméstica e psicológica.
Dirigido e roteirizado por Steven Knight indicado ao Oscar de roteiro por “Coisas Belas e Sujas” (2002) percebe-se uma ressonância confessa em “Lost” – preste atenção às anotações de Baker Dill em seu bloquinho – pela localização da ilha, pela personagem de Reid Miller (Jeremy Strong) e pelas regras não ditas. Produzido de Greg Shapiro de “Guerra ao Terror” (2008) o longa traz nomes consagrados do cinema americano: Matthew MacConaughey, oscarizado por “Clube de Compras Dallas” (2013); Anne Hathaway, também oscarizada, por “Os Miseráveis” (2012) numa estratégia de chamar público. Nem precisaria o filme tem um enredo inteligente e sintético que prende a atenção do espectador minuto a minuto.
“Calmaria” é mais do mesmo no sentido de não trazer nenhuma novidade e ser seguidor da premissa ‘nada se cria tudo se copia’. Mas se a empreitada é feita com classe e competência que mal há? O longa tem um tempero de ficção científica misturado a espiritualidade. Vaticinando: Palatável até que se prove o contrário.
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