Capitão Phillips

Capitão Phillips

Por | 2018-06-16T21:37:53-03:00 21 de novembro de 2013|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Capitão Phillips (Capitain Phillips). Ação, aventura, biografia; Elenco: Tom Hanks, Barkhad Abdi, Barkhrad Abdiraman; Diretor: Paul Greengrass. USA, 2013. 134 Min.

Esqueça tudo o que você sabia, ou pensava que sabia, sobre piratas. Capitão Gancho, Capitão Jack Sparrow (Piratas do Caribe, Rob Marshal). A realidade é muito mais cruel, sem customização e estereótipos, e é sobre ela que versa a último filme de Paul Greengrass Capitão Phillips (2013).

Trata-se da história real de uma das viagens do capitão da marinha norte americana Richard Phillips pela costa leste da África, mais precisamente, Somália, no comando do navio cargueiro Maersk Alabama em abril de 2009, que fora sequestrado por piratas somalis e cujo resgate contou com um aparato estrondoso.

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A personagem é interpretado por Tom Hanks, ganhador dos oscares de melhor ator nos anos de 1993 e 1994 por Philadelphia Forrest Gump, respectivamente, e brilhante intérprete de seis papeis diferentes em Clouds Atlas (2012) e, que dá um show, para variar, como capitão Phillips, nas cenas de tensão, de descontrole  e de nervosismo. Esses são os pontos fortes do filme, a tensão, os questionamentos nas conversas do capitão Phillips com os piratas somalis e a desproporcionalidade de forças internas e externas de ambos os lados.

Greengrass, produtor, escritor e diretor, é mais conhecido por: A supremacia Bourne (2004) O ultimato Bourne (2007). Capitão Phillips tem cenas panópticas espetaculares, closes significativos para o enredo da trama e muita ação, agilidade, velocidade de gestos, de diálogos e uma tensão à toda prova. Abriu o Festival de filmes de New York 2013, já ganhou produtor do ano para Michael de Luca no Hollywood film award 2013, foi indicado para melhor filme no New york film festival 2013 , concorre ao prêmio de melhor filme dramático no Peoples choice award 2014, sem falar em melhor roteiro adaptado.

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Mas o cerne da questão do filme foi o eixo condutor escolhido por Greengrass para costurar o roteiro, a bravura, a coragem e a manutenção do autocontrole encarnado na personagem do capitão. Dizem os tripulantes reais do Maersk Alabama que a película não é fiel aos fatos, mas não precisaria ser. Greengrass não quis fazer uma reconstituição, um documentário e sim uma ficção, uma fabulação de coragem, de noção de responsabilidade , hoje tão em falta, tão desejada, que agente não encontra com  facilidade e nem sempre conseguimos exercita-la.  O filme é uma viagem através das atitudes do capitão Phillips. Pode não ter sido assim, tintim por tintim, mas que, para após um ano do acontecido Richard Phillips ter tido a coragem de voltar ao mar para capitanear novamente, é ser dono de  uma resiliência extraordinária ou de uma sandice admirável….Ah! se todos fossem iguais a você. Que venha o Oscar!…a interpretação vale e história também.

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Sobre o Autor:

Crítica cinematográfica, editora do site Cinema & Movimento, mestre em educação, professora de História e Filosofia e pesquisadora de cinema. Acredito no potencial do cinema para fomentar pensamento, informar, instigar curiosidades e ser um nicho rico para pesquisas, por serem registros de seus tempos em relação a indícios de mentalidades, nível tecnológico e momento histórico.

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