‘Culpa’ e os equívocos do óbvio

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‘Culpa’ e os equívocos do óbvio

Por | 2019-04-18T13:27:41-03:00 29 de dezembro de 2018|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Culpa (Den Skyldige/ The Guilty)(Crime/Drama/Thriller);Elenco: Asger Holm; Direção: Gustav Möller; Dinamarca, 2018. 85 Min.

Dizem que o cinema mata a imaginação do espectador, que entrega tudo pronto e, àquele, cabe apenas juntar pistas da narrativa, associar à sua rede de significações e está cumprida a missão de um filme. Gustav Möller (diretor) e Emil Nygaard Albertsen (roteirista) mostram que não através de uma narrativa oral de 85 minutos que, coloca o espectador em viajar em sua imaginação criando cenários e personagens fazendo da saga uma experiência.

A história acontece numa noite de plantão no cotidiano policial de Asger (Jakob Cedergren) que trabalha no serviço de atendimentos de emergências. Um caso muito sério, cheio de engendramentos chega até seus ouvidos através de um pedido de socorro. O cenário é a sala de atendimentos da polícia, a personagem cinematográfica um policial entediado por estar fazendo serviço interno. A trilha sonora assinada por Carl Coleman e Caspar Hesselager dá o tom do contexto dos telefonemas e leva o espectador ao ápice do suspense. O restante nos criamos em nossas mentes à medida que o caso se desenrola. De personagens a cenários, de emoções a espaços geográficos. E nem por isso a história deixa de ser emocionante, menos tensa ou, deixa de prender a atenção dos espectadores imaginativos, minuto a minuto.

Gustav Möller em seu primeiro longa-metragem e oriundo de série de TV, dirige magistralmente “The Guilty” (no original). que é estrelado por Jakob Cedergren de “Tristeza e Alegria” (2013). O filme recebeu 30 prêmios, dentre eles, o Camerimage de direção de fotografia estreante e foi o indicado da Dinamarca ao Oscar 2019.

“Culpa” é um filme experiência cuja potencialidade desenvolvida e atingida no espectador é a mesma de um leitor na literatura. A criatividade, a imaginação e o poder de ‘viagem’ na história é o mesmo. Raramente se faz tanto com tão pouco. O filme é sensacional e competente no que se propõe.

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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