Dior e Eu

Dior e Eu

Por | 2018-06-16T23:59:03-03:00 1 de setembro de 2015|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Dior e Eu (Dior and I). (Documentário); Participações: Raf Simons, Marion Cotillard, Isabelle Huppert, Jennifer Lawrence, Sharon Stone, Alegra Versace, Donatella Versace; Direção: Frédéric Tcheng; França. 90 Min.

O Filme/documentário de Frédéric Tcheng é o registro dos bastidores do primeiro desfile do diretor de criação da casa de alta-costura feminina Dior, Raf Simons, contratado em 2012. E  nos mostra a tensão, a apreensão e o processo de criação de Raf e o cotidiano de uma das casa mais badaladas de alta costura do mundo.

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Em abril de 2012 a maison Dior recebe seu mais novo diretor de criação, o belga Raf Simons, que para se apresentar á sua clientela e ao mundo tem oito semanas para materializar a sua criação e realizar um desfile. (quando o normal é de quatro a seis meses). E Frédéric Tcheng registra a tensão, o nervosismo, o processo de criação e a rotina do ateliê, desde as Premiéres até as bordadeiras. Mostra todas as intempéries que acompanham os momentos de muita importância e que acomete a qualquer nicho profissional. A grandiosidade do documentário de Tcheng, que além de dirigi-lo também o roteirizou, é o respeito a memória de Christian Dior, o criador-mor. O registro da preocupação em não quebrar o estilo do grande mestre e não ser leviano ou desviante na criação, e acompanha Raf em todo o processo de harmonização com o mundo de Dior. Em “Dior e Eu”, Christian Dior paira sobre o atelier e a criação de Raf como uma persona que abençoa e inspira.

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A menina dos olhos de longa é a fotografia de Gilles Piquard, oriundo de curtas-metragens e filmes de TV. Também não ficam para trás a trilha sonora de Ha-Yang Kim, que transporta o espectador para o mundo da moda, e a edição de Julio Perez IV de “The Mith of American Sleepover” (2010). Não é para menos, de tudo isso Frédéric Tcheng entende muito, já que é fotógrafo, diretor e editor, com trabalhos reconhecidos nessas três searas, respectivamente: “King Georges” (2015); “Diana Vreelend: The Eye Has to Travel” (2011) e “Valentino: The Last Emperor” (2008).

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E como resultado de tudo isso, “Dior e Eu” recebeu o prêmio especial do júri do Festival de Seattle pela riqueza estética e fotografia, e ainda o de reconhecimento especial do Outfest Los Angeles LGBT Film Festival; foi indicado ao prêmio de melhor documentário nos festivais: de Abu Dhabi, Melbourne e Tribeca, além de ter sido exibido (Seleção Oficial) nos festivais de Sidney e CPH:DOX (2014).

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A maestria do documentário é trazer para o espectador comum os bastidores da alta-costura e a vibração de sofisticação e bom gosto, num mundo em que a aceitação é tudo. Além do desfile de celebridades sendo elas mesmas, ou quase. Um luxo e, literalmente, um abaixo a mediocridade. Um passaporte para outro mundo com outros valores, outro lastro, outra vibe por noventa minutos. Fascinante!

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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