Dunkirk

Por | 2018-12-03T20:12:55-03:00 8 de agosto de 2017|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Dunkirk (Ação/Drama/História)Elenco: Fionn Whitehead,  Aneurin Barnard, Tom Hardy, Cylian Murphy, Mark Ryalance, Kenneth Branagh; Direção: Christopher Nolan; Reino Unido/Holanda/França/USA, 2017. 106 Min.

Os filmes de guerra sempre tiveram um lugar cativo no cinema. “A Ponte do Rio Kwai” (1957); “Os Canhões de Navarone” (1961); “Patton” (1970); “Platoon” (1986) e “O Resgate do Soldado Ryan” (1998) são apenas alguns dos exemplos de filmes conhecidos do gênero. Dessa vez o tema é o mesmo, mas a abordagem… quanta diferença. “Dunkirk” de Christopher Nolan é mais que um filme de guerra, é uma experiência muito bem pensada que insere o espectador no contexto da batalha de Dunquerque (1940) e o faz vivenciar a ‘operação Dynamo’ – o resgate de milhares de soldados aliados cercados pelos alemães no norte da França.

O episódio histórico retratado no longa-metragem de Nolan é abordado de forma visceral, com poucos diálogos e nenhuma explicação política, nem relatos estratégicos ou coisa que o equivalha e muito menos situa no tempo. O mote é o espaço da ação (terra, mar e ar), a ação em si e a ênfase  na sensação. Essa é a proposta através da modalidade de filmagem (Imax), da experiência VR (Virtual Reality) e de uma trilha sonora avassaladora. Para Nolan, que dirigiu e roteirizou o longa, não importa saber quais são os termos da guerra, o nome da batalha, sua localização geográfica e muito menos em que momento da Segunda Grande Guerra o evento se deu. O que importa é por o espectador no meio do evento  e fazê-lo sentir o que foi o confronto, numa circunstância que não se tinha como fugir, cuja derrota era certa e no entanto não aconteceu o óbvio. É claro que existe uma glamourização e um romanceamento para que se torne comercial, mas não deixa de ter uma essência bem real e alcança seu objetivo com competência.

“Dunkirk” tem o mesmo tema do filme italiano “Os Campos Voltarão” (2014) de Ermano Olmi, em que um grupo de soldados cercados numa montanha italiana, resistem bravamente à rendição. E ainda, a abordagem de “O Filho de Saul” (2016) de Lásló Nemes em que, o espectador é inserido dentro de um campo de concentração com toda a sua provável movimentação. O filme ganhou o prêmio de melhor drama no Golden Trailer Award e,  nunca é demais dizer, que é feito por quem sabe contar um boa história de forma inteligente e eficiente. Christopher Nolan tem como formação a literatura e já nos surpreendeu com abordagens geniais como “Amnésia” (2000) e “A Origem” (2010).

Tecnicamente, o filme é admirável. Tanto na trilha sonora quanto na cinematografia, no designer de produção, figurino, direção de arte, edição/montagem e edição e mixagem de som (impecáveis). O time composto por Hans Zimmer (trilha), Hoyte Van Hoytema (fotografia), Lee Smith (Montagem) e RyanMurphy (engenheiro de som) – esse conhecido por “Sniper Americano”(2014)“Mad Max: Estrada da Fúria”(2015)  e “Esquadrão Suicida” (2016) dentre outros – Não deixou a desejar nem por um segundo. E o produto é de qualidade inquestionável.

“Dunkirk” é uma super produção realizada por Reino Unido, Holanda, França e USA que mostra o poder do cinema sobre a percepção. Mais que isso, é uma narrativa não linear altamente visual. Uma experiência de guerra. Recomenda-se assistir em uma sala Imax com excelente sistema de som e com cadeiras de movimento. Isso exponencializa a tatibilidade. Veredito? Uma obra de arte técnica. GENIAL!!!

 

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

Deixar Um Comentário