Em Ritmo de Fuga (Baby Driver) (Ação/crime/ Thriller/ Música); Elenco: Ansel Elgort, Jon Berthal, Jon Hartman, Eiza González, Kevin Spacey, Jamie Foxx; Direção: Edgar Wright; Reino Unido/ USA! 2017. 112 Min.
Temos que dar o braço a torcer, nem todo besteirol é vazio de conteúdo e de riqueza artística. Em relação a “Em Ritmo de Fuga” admitir isso é uma questão de bom senso. A proposta é de um filme com ritmo musical cadenciado e coreografado, como se fosse um musical pós moderno cuja movimentação e diálogos tem ritmos e as pausas fazem parte dele. E isso a equipe consegue fazer magistralmente. Os nomes dessa aventura bem sucedida são: Edgar Wright ( diretor e roteirista), Steven Price ( compositor) e a dupla de editores Jonathan Amos e Paul Machless.
A história é chavão. Um rapaz órfão, Baby (Ansel Elgort) , na Flôr da idade, com responsabilidades, querendo ter uma estrutura social para cuidar de seu pai adotivo inicia no submundo do crime para fazer um troco usando suas habilidades: dirigir bem, talento musical e silencio. A abordagem é genial. Um chefe, Doc (Kevin Spacey), uma quadrilha com nomes como Jon Benthal (Griff) e Jamie Foxx ( Bats) e muita música de qualidade, ritmo coreografado e referenciais de filmes modernos. Juntando tudo com um bom acabamento artístico e muito bom gosto, temos o que podemos chamar de, “clássico” do estilo sessão da tarde com louvor ( e sem ironia). O filme diverte, entusiasma, traz lições de vida sem melodrama barato. Enfim, conquista.
Dissecando os aspectos técnicos, “Baby Driver” ( no original ) tem na assinatura da trilha sonora, ninguém menos que, o oscarizado Steven Price de “Gravidade” (2014)’ que faz um mix poderoso de músicas, compositores e bandas populares clássicas como: Lionel Ritchie, Brian James, Barry White, Simon & Garfunkel, “The Commodores”, “Queen”, ” “T.Rex”, “R.E.M”. Além de Enio Morricone e Hans Zimmer, ou seja, junta o antigo com o novo e dá uma roupagem nova de forma espetacular. Quanto a edição, que tornou o produto possível, tem uma dupla experiente com muitos créditos nas costas, inclusive na seara da junção do cinema com música: Jonathan Amos do documentário “Nick Cave: 20.000 dias na terra” (2014) e Paul Machless do Doc “Led Zeppelin” (2003). No que diz respeito às referências cinematográficas temos outro tesouro: “Os Embalos de Sábado à Noite” (1977), “Curtindo a Vida a adoidado” (1986), ” Batutinhas” (1994), “Mostros S.A” (2001),, “Batman: Cavaleiro das Trevas” (2008), “Simplesmente Complicado” (2009)”Velozes e Furiosos” e por aí vai.
Para quem quer se divertir, se empolgar, lembrar alguns sucessos musicais e alguns filmes antológicos “Em Ritmo de Fuga” é uma excelente pedida. Isso sem contar, que é, artísticamente, o melhor besteirol da temporada.
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