‘Jurassic World Domínio’ a raspa do tacho da franquia

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‘Jurassic World Domínio’ a raspa do tacho da franquia

Por | 2022-06-03T01:51:18-03:00 3 de junho de 2022|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Jurassic World Dominio (Jurassic World Dominion) (Ação/Aventura/Ficção-Científica); Elenco: Chris Prat, Bryce Dallas Howard, Laura Dern, Sam Neill, Jeff Goldblum; Direção: Colin Trevorrow; EUA/Malta, 2022. 146 Min.

O que falar de uma franquia que desde 1993 vem se reinventando? Baseada nos personagens do livro de Michael Crichton, a partir da história de Derek Connolly em “Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros” (2015), o longa “Jurassic World Domínio” de 3 hs e meia não traz novidades. O que restou foi aumentar a tatibilidade, exponencializar o som e a velocidade, numa remetência, não exagerada, à Velozes e Furiosos da pré-história. Os Flintstones morreriam de inveja.

“Jurassic World Domínio” como extensão da história anterior traz os gigantes do período triássico soltos nas cidades, nas montanhas e nas pradarias convivendo com os seres humanos. E para fechar com chave de ouro, o que dizem ser, o último filme da franquia, os personagens do primeiro filme “Jurassic Park” (1993) estão de volta: Drª Ellie Sattler (Laura Dern); Dr. Alan Grant (Sam Neill) e o Profº Ian Malcolm (Jeff Goldblum) para apontar os avanços das ideias sobre a co-existência entre animais pre-históricos e animais humanos, e criticá-los. Além de pontuar os conflitos geracionais de valores de épocas diferentes. A nostalgia está no ar e haja clichê. Todos os takes que se transformaram na marca Jurassic Park são usados e abusados aos montes, várias vezes e de vários ângulos. É uma homenagem de despedida, diriam alguns. Ok. Mas, não precisava tanto.

O roteiro não tem consistência, os diálogos não se sustentam e as atuações estão bem aquém do que vimos em 1993. Mas, a marca registradas das correrias, gritos, desesperos, os grunhidos dos gigantões e a tensão estão lá, e muito bem distribuídos numa montanha russa de emoções cronometrada. O que sinaliza bem o nicho ao qual o filme pertence, à comercialidade acima de tudo.

Para tentar salvar a lavoura do que creio ser a raspa do tacho da franquia, destaco a diversidade racial, que tem estado presente nas produções americanas desde os movimentos ‘oscarinos’; a arte dos bonecos mecatrônicos que dão vida aos animais que atuam com os personagens diretamente, estão mais aprimorados. Não somente pela tecnologia, mas por causa de maior precisão de informações sobre os animais pré-históricos que as pesquisas desenvolvidas na área trouxeram de 1993 para cá e; a nova pegada de respeito aos animais também está presente na relação de Owen Grady (Chris Pratt) com a Blue e sua cria, o que não passou despercebido. E, enfim, Claire Dearing (Bryce Dallas Howard) desceu do salto alto e calçou uma botina mais apropriada para a aventura.

Em suma, é um produto estritamente comercial e que tem um público cativo, e que tem todo o direito de existir. Mas, em termos de arte cinematográfica com tudo o que ela deve ter para ser considerada de boa qualidade (roteiro consistente, links harmônicos na sincreticidade das linguagens etc.) deixa bastante a desejar. Não é um produto meticuloso e polido como o comercial “Top Gun: Maverick”, apesar de sua trilha sonora estar sob a batuta de Michael Giacchino. Se o espectador gosta de barulho excessivo, correrias, explosões, tiros, carros caindo, dinossauros grunhindo, gente gritando e o equivalente a uma praga de gafanhotos elevada a enésima potencia em todos s aspectos, está no lugar certo. Até “Godzilla II: Rei dos Monstros” (2019) tem um roteiro melhor.

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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