Esperando Acordada (Les Chaises Musicales) (Comédia/Drama); Elenco: Isabelle Carré, Carmen Maura, Philippe Rebbot, Nina Meurisse, Camille Loubens; Direção: Marie Belhomme; França, 2015. 83 Min.
“Les Chaises Musicales” é o primeiro longa-metragem de Marie Belhomme. A produção francesa que aborda o medo da felicidade e a autossabotagem é roteirizado por Michel Leclerc de “La Tête de Maman” (2007) e tem no elenco a ganhadora do César por “Souvenir des Belles Choses” (2001), Isabelle Carré.
Perrine (Isabelle Carré) é uma violinista que ganha a vida animando festas infantis e em asilos para idosos. Um belo dia, atrasada indo de uma festa para outra, se perde no meio do caminho e pára para pedir informações. Atabalhoada acaba por ferir acidentalmente Fabrice (Philippe Rebbot) que fica internado numa UTI. Cheia de culpa, Perrine passa a visitar Fabrice diariamente, descobre que ele tem um cachorro e vai cuidar dele também. Acaba conhecendo seu filho e cuida do menino. Cuida até de seu emprego enquanto ele está ausente. Um enredo que tinha tudo para ser uma história de psicopatia se torna uma jornada gostosa pelo cotidiano de dois solitários, e que de alguma forma muda a vida de ambos. A questão chave do roteiro é: o que fazer quando Fabrice acordar? E aí reside uma reflexão psicológica interessantíssima, abordada de forma inteligente: Queremos felicidade, mas sabemos recebe-la? No que consiste a autossabotagem? perguntas que a história não se propõe a responder mas apontar direções. E nisso consiste o aspecto fabuloso da abordagem.
O filme é simples como o francês “Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte” (2014) que mexe com questões do cotidiano. Tem na própria história e na interpretação de Isabelle Carré seus atrativos principais. Contando ainda com as participações de Carmen Maura (Lucie) de “Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos” (1988) de Almodóvar e Philippe Rebbot de “Hippocrate” (2014). “Esperando Acordada” é uma boa distração para um momento de lazer e nos convida a pensar sobre o quanto somos responsáveis por nossa felicidade. O filme de Marie Belhomme tem frescor, leveza e vale o ingresso.
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