Eu Sou Ingrid Bergman

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Eu Sou Ingrid Bergman

Por | 2018-06-17T00:12:37-03:00 23 de dezembro de 2015|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Eu Sou Ingrid Bergman (Jag är Ingrid/Ingrid Bergman: In  Her Own Words). (Documentário/Biografia); Participações: Ingrid Bergman, Pia Linströn, Isabella Rossellini, Roberto Rossellini, Isotta Rossellini, Liv Ullmann, Sigouney Weaver; Direção: Stig Björkman; Suécia, 2015. 114 Min.

A  homenageada do Festival de Cannes 2015 foi Ingrid Bergman (1915-1982). Uma das mais talentosas atrizes da era de ouro do cinema hollywoodiano. Sete vezes indicada ao Oscar e vencedora de três edições, com os filmes: “À Meia Luz” (1944); “Anastácia: A Princesa Esquecida” (1956) e “Assassinato no Expresso Oriente” (1974), Ingrid Bergman ficou mais conhecida por “Casablanca” (1942). E é sobre a vida pessoal, profissional e as ideias  dessa personalidade vanguardista que versa o documentário de Stig Björkman, com as bençãos dos quatro filhos e baseado em suas cartas, filmagens, fotos, diários e entrevistas.

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Em 2011 Isabella Rossellini encontrou Stig Björman e sugeriu que fizesse um documentário sobre sua mãe por suas próprias palavras, aproveitando um acervo riquíssimo de anotações pessoais, guardado cuidadosamente pela própria Ingrid. 32 anos depois de sua morte e há 100 anos de seu nascimento, o mundo assistiu em primeira mão no Festival de Cannes “Eu Sou Ingrid Bergman”, uma narrativa pessoal em tom confessional e límpido de suas alegrias, tristezas, expectativas em relação à carreira, à vida, suas inquietações e confissões de paixões. Tudo isso com uma escrita, por vezes, poética, que imprime a energia e a digital de alma de Ingrid. Não se trata de uma história contada por amigos, e sim pela própria. A seleção de textos e dos seus trechos foi primorosa e soube fazer um painel da personalidade, da força e da ternura de Ingrid Bergman no cotidiano de sua vida pessoal, pontuado pelos depoimentos dos quatro filhos e de duas amigas: Liv Ullmann e Sigourney Weaver. O longa metragem transmite intimidade e nos insere nela.

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A menina dos olhos do longa é a edição de Dominika Daubenbüchel, que também roteirizou o Doc, juntamente com Stina Gardell.  Sem deixar de falar no escândalo que foi, na época,  seu relacionamento com Roberto Rossellini, a película é um passeio pela vida pessoal, profissional e uma radiografia da forma de pensar e de ver a vida de Ingrid Bergman, diga-se de passagem, bem à frente de seu tempo. O tema da trilha sonora assinada por Michael Nyman (indicado a três Globos de Ouro) e Eva Dahlgren é envolvente e o piano e o violino ‘falam’ o tempo todo. A direção é de um conterrâneo de Ingrid, o sueco Stig Björkman que tem como destaque em sua filmografia de 1/2 centena de obras, o indicado ao Urso de Ouro do 23º Festival de Berlim “Georgia, Georgia” (1972) e o indicado ao Golden Prize do 9º Festival de Moscou ” The White Wall” (1975). Além de contar com toda a narrativa escrita, no corpo do longa-metragem, no idioma vernáculo de Ingrid. A estrutura nos remete a “Cobain: Montage of Heck” em que os escritos de Kurt formam o fio condutor da narrativa, mas com outro peso e outra vibe, é claro.

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“Eu Sou Ingrid Bergman” é um desfile de classe, sofisticação, charme e beleza naturais. Uma obra muito bem costurada e muito bem acabada. É para quem gosta de biografias, as sabe apreciar e conheceu/acompanhou, ou não, Ingrid Begman. Ali está bem resumido todo o legado humano dessa atriz que tem uma história extraordinária. É para matar a saudade e fazer refletir sobre a vida.

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Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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