Exilados do Vulcão (Drama); Elenco: Vincenzo Amato, Clara Choveaux, Bel Garcia, Lorena lobato, Simone Spoladore; Direção: Paula Gaitán; Brasil, 2013. 125 Min.
Baseado no livro da mineira Christiane Tassis, “Exilados do Vulcão” é o primeiro longa-metragem da artista plástica, fotógrafa, poeta e cineasta Paula Gaitán. Com dois Candangos no currículo, um por melhor filme e outro por melhor som, do Festival de Brasília 2013, o filme é uma viagem de memória afetiva que perpassa o tempo todo pelo sensório, e cujo estilo narrativo é a poesia.
Luiza (Clara Choveaux) é uma jornalista que após o falecimento de seu amor, o fotógrafo Pedro (Vincenzo Amato), resolve reviver suas memórias por meio dos vestígios de vida e de experiências deixados por ele em um diário e em fotografias. Com esses elementos em mãos, ela refaz o mesmo caminho percorrido por ele, conhecendo as mesmas pessoas na tentativa de resgate do vivido pelo outro. “Exilados do Vulcão” é uma mistura de presente, passado e futuro dentro de uma narrativa pouco convencional: sem diálogos, com muita poesia imagética, cheio de sons – da natureza e idiomas diversos -, analogias de movimentos – natureza e corpo – e inércia, closes, supercloses e silêncios.
O projeto de transformar o livro de Christiane Tassis em filme durou, segundo a diretora, quatro anos e dentro desses, dois anos e meio foram de convivência com toda uma equipe objetivando criar uma história de escrita visual, num processo artesanal, delicado e sutil usando materiais do cotidiano. As locações foram na Zona da Mata mineira, no interior de Minas gerais, e o que se destaca são atuações de todo o elenco, mas principalmente a do ator italiano Vincenzo Amato de “Invencível” (2014) e “O Vinho Perfeito” (2013); e a de Clara Choveaux de “Tiresia” (2002). Paula Gaitán é uma parisiense/brasileira conhecida pelo figurino do filme “A Idade da Terra” (1980) de Glauber Rocha. Em “Exilados do Vulcão” além de dirigir ela também roteirizou juntamente com Rodrigo Oliveira de “As Horas Vulgares” (2011).
Em suma, a adaptação para o cinema do romance “Sobre a Neblina” é um “O Demônio das Onze Horas” (1965) versão brasileira e seleciona público, é para quem gosta de histórias de amor e poesia.
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