‘Exterminador do Futuro’ Revitalização forçada

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‘Exterminador do Futuro’ Revitalização forçada

Por | 2019-10-31T21:30:59-03:00 31 de outubro de 2019|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

O exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate); (Ação/Aventura/Ficção-científica); Elenco: Linda Hamilton, Arnold Schwarzenegger, Mackenzie Davis, Natalia Reyes, Gabriel Luna; Direção: Tim Miller; USA/Espanha/Hungria, 2019. 128 Min.

Quando a gente pensa que uma franquia já deu tudo o que tinha que dar, vem alguém e descobre uma brecha. No filme anterior, “Gênesis” abre-se a possibilidade de se falar em múltiplas realidades. Outro mote para tal longevidade é a frase “Não existe destino você é me quem decide”, conflagrações filosóficas à parte, isso abre precedentes para uma construção nova de realidade para além da já existente. E isso é o que os roteiristas estão a fazer, brincar com as possibilidades que uma história de viagem no tempo tem para oferecer e que as recontextualizações com os valores atuais possibilitam. Dessa vez o salvador é uma mulher, o protetor é uma mulher e seu auxiliar com conhecimentos sobre as máquinas também. Os homens são antagonistas ou meros coadjuvantes, isso já vimos em “Mad Max: Estrada da Fúria”, só que com louvor. Na franquia “O Exterminador do Futuro” nem tanto. O longa revitaliza a franquia, recontextualiza-se na ‘realidade atual’ de forma competente, mas forçada.

“O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” traz uma reviravolta que promete dar pano para manga. Entrega logo de cara o destino de John Connor, põe Sara Connor (Linda Hamilton) como cicerone e expert e ainda nos apresenta o que foi feito de T-800. Esta versão de realidade num futuro/presente/passado paralelo tem uma coisa apenas para se tirar o chapéu: a tatibilidade. A trilha sonora é de ninguém menos que Junkie XL de “Mad Max: Estrada da Fúria” (2015) e a fotografia cheia de CGI e efeitos especiais com cenas impossíveis, assinada por Ken Seng de “Deadpool” (2016). Já em relação a argumento e roteiro, a coisa ficou um pouco a desejar, já que nada se cria, tudo se copia e se repete. Para quem curte uma boa briga/luta as personagens de Mackenzie Davis (Grace) – a nova nikita do cinema – e Gabriel Luna (Rev-9) dão um show numa coreografia de arrepiar. Se alguém quiser definir o longa a palavra ação é suficiente.

Dirigido por Tim Miller de “Deadpool” (2016), o rei dos efeitos especiais, “Destino Sombrio” não esquece as cenas ontológicas da franquia, faz do clichê uma arma, não esquece das gerações anteriores quando coloca Linda Hamilton e Arnold Swarzenegger juntos e ainda arrebanha a nova geração com a abordagem mais voltada para a heroína. O destaque em toda essa saga vai para a atuação de Linda Hamilton, que na verdade carrega a história toda nas costas.

Quem pensa que o longa é a raspa do tacho da franquia pode estar enganado. Depois que inventaram os spin-off tudo é possível. Para situar o espectador o longa se passa depois do “O Julgamento final’ (1991) e “A rebelião das máquinas” (2003). O que virá depois, só James Cameron sabe. Como produto cinematográfico do gênero ação “O exterminador do Futuro: Destino Sombrio”é muito bem acabado. Já como argumento dentro da franquia, nem tanto. Mas, vale o ingresso!

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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