Feito na América (American Made) (Ação/Biografia/Comédia); Elenco: Tom Cruise, Domhnall Gleeson, Sara Wright; Direção: Doug Liman; USA, 2017. 115 Min.
O filme estrelado por Tom Cruise e dirigido por Doug Liman conta a história de Barry Seal, um piloto da aviação comercial que larga tudo para trabalhar para a Agencia de Inteligência Americana, a CIA, no caso do armamento aos Sandinistas nicaraguenses, visando derrubar o General Noriega. No meio do caminho, Barry conhece Pablo Escobar, o super traficante colombiano do cartel de Medellin, e passa a trabalhar para ele também. Em seguida conhece o General Noriega, e vai trabalhar para ele concomitantemente aos outros. Ou seja, o cara enganou a CIA, ao DEA (agencia de combate ao narcotráfico americana) e a Pablo Escobar. Numa história para lá de inusitada e real.
O grande mote dos produtores para contar essa história no cinema foi a edição. Porque no que diz respeito ao roteiro a própria história já é alguma coisa para lá de interessante, era só arrumar a abordagem. E essa é de tirar o chapéu. O roteirista Gary Spinelli de “O Esconderijo” (2012), com conexões procedentes faz a cola dos fatos principais dando corpo a história de uma forma sintética e divertida. Mas, seleciona público pela velocidade da abordagem dos fatos, deixando a vontade quem conhece a história da guerra às drogas da era Ronald Reagan, na década de 80. A pegada é divertida e leve para um assunto tão sério e pesado. Se assemelha a um polígamo enganando três esposas, brincando num jogo de xadrez político que desenha linhas de fuga para todos os lados com uma competência admirável.
Os editores são ases respeitados em suas categorias no mundo do cinema: Saar Klein de “Quase Famosos” (2000) e “Além da Linha Vermelha” (1998) pelos quais foi indicado ao Oscar; Andrew Mondshein de “O Sexto Sentido” (1999) e Dylan Tichenor de “A Hora mais Escura” (2012) e mandaram muito bem. A edição é a alma do filme, ele não seria o mesmo sem a linha de abordagem escolhida. Mas como é o olho do dono que engorda o gado a produção foi feita por uma quinteto poderoso de produtores do cinema americano, que viram na história sobre $$ a possibilidade de um bom investimento, são eles: Tyler Thompson de “Everest” (2015); Brian Oliver de “Cisne Negro” (2010); Doug Davison de “Os Infiltrados” (2006); Kim Roth de “O Plano Perfeito” (2006) e Brian Glazer de “Uma Mene Brilhante” (2001) e como entendem do babado não poderia dar outra coisa, um filme muito bem feito cinematograficamente falando e sem a menor economia de grana.
“Feito na América” é mais um produto americano, estrelado por um dos queridinhos da América mas, com um viés de transgressão, com uma pegada rápida e sintética que resume muito em um close. Não foge dos fatos, não bota panos quentes e ainda mostra que toda desgraça tem sua graça é só pagar os preços. O de Barry Seal foi um, o do espectador é só a entrada de cinema. Vaticinando? GENIAL!
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