Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte

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Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte

Por | 2015-08-22T03:59:12-03:00 22 de agosto de 2015|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte. (Gemma Bovery); (Comédia/Drama/Romance); Elenco: Fabrice Luchini, Gemma Arterton, Jason Flemyng, Isabelle Candelier; Direção: Anne Fontaine; França/Reino Unido, 2014. 99 Min.

Até onde o que vemos na/da vida não é pura interpretação de um texto pronto? O mais recente filme dirigido e Anne Fontaine “Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte”  faz uma costura da literatura com a vida real. A obra-prima de Gustave Flaubert é materializada no cotidiano da Normandia e revisitada em todos os seus aspectos:  a sedução, o romance e a tragédia. Mas, tudo isso de forma patética. Porque o real é patético, o ideal está na literatura.

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Um editor, Martin Joubert (Fabrice Luchini), leitor ávido de clássicos da literatura universal, abandonou a cidade grande em busca de tranquilidade, e foi cuidar da padaria de sua família numa pacata cidade pequena.  Até que chega à vizinhança um casal inglês Gemma Bovary (Gemma Arterton) e Charlie Bovery (Jason Flemyng). A paz de Martin acaba quando confrontado com as semelhanças com a obra magnânima de Gustave Flaubert, considerada a primeira obra do romance realista, com o cotidiano do casal.

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Os roteiristas Pascal Bonitzer de “Encore” (1996) e Anne Fontaine, indicada ao BAFTA pela direção de “Coco Antes de Chanel” (2009) basearam-se no livro homônimo de Posy Simmonds, e fazem uma releitura contemporaneizada de “Madame Bovary”. As atuações de Fabrice Luchini de “Dentro de Casa” (2012), Gemma Arterton de “João e Maria: Caçadores de Bruxas” (2013) e Isabelle Candelier (Valerie Joubert) de “Beijei Uma Garota” (2014) estão divinas e num time de dar gosto. A fotografia de Christophe Beaucarne de “Amor Sem Pecado” (2013) é belíssima e lembra os takes de “Madame Bovary” (1991) de Claude Chabrol. A trilha sonora não fica para trás e contém quinze músicas compostas por Bruno Coulais, indicado ao Oscar por “A Voz do Coração” (2004).

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Em resumo, a moral da história é que a vida tem o enredo que nossas redes de conhecimentos alcançam. E a literatura escreve sempre o melhor deles, porque a vida com sua mesmice enfadonha não basta. E neste contexto o bom gosto é inegável, depois de Flaubert, nem Léon Tostoi, com sua obra de arte da literatura russa: Anna Karenina escapou das garras literárias de Martin Joubert. Ô vizinhança bem frequentada! E a temporada 2014/2015 dos filmes franceses segue fazendo inveja. Perfeito!

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Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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