‘Gloria Bell’ e a mulher de meia idade

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‘Gloria Bell’ e a mulher de meia idade

Por | 2019-03-28T04:45:11-03:00 28 de março de 2019|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Gloria Bell(Comédia/Drama/Romance);Elenco:Julianne Moore,John Turturo, Brad Garret;Direção:Sebastián Lélio; Chile/USA, 2018. 102 Min.

O diretor Sebastián Lélio, depois de oscarizado por “Uma Mulher Fantástica” (2017), está de volta numa produção de Pablo Larrain de “Jackie” para falar do cotidiano e das necessidades de uma mulher de meia idade. Estrelado por Julianne Moore o longa é um passeio pelo cotidiano de uma mulher de cinquenta anos com seus momentos tediosos e de alegria, de busca de felicidade, desilusões e de reconstruções.

Gloria (Julianne Moore) é uma mulher separada, com filhos criados, que tem uma rotina de trabalho, familiar e social. Nas horas vagas sai à procura de companhia, até que encontra Arnold (John Turturo), um homem da mesma idade, separado pai de duas filhas. “Gloria Bell” é o ponto de vista de Glória, a vida de Glória e apresenta a sua maneira de lidar com tudo o que lhe acontece. A história é de Gonzalo Maza de “Uma Mulher Fantástica”, os diálogos são de Alice Johnson Boher de “A Portrait Female Desperation” (2012), com o arremate de Sebastián Lelio que, não doura a pílula e traça um painel das dores e amores mostrando a força de Glória e sua maestria em administrar os acontecimentos da vida.

Os destaques vão para a atuação de Julianne Moore e John Turturo e a participação especial de Brady Garret, o eterno Robert de “Everybody Loves Raymond” (1996-2005). Lembrada por papeis marcantes como em “Para Sempre Alice” (2014) e “Mapa para as Estrelas” (2014) Juliane se esmera em “Gloria Bell” e o resultado é crível e ‘real’. Turturo, de “Minha Mãe” (2015), sempre em papeis espaçosos e loquazes está um primor como o contido e manipulado Arnold. Outro destaque importante é a trilha sonora dos anos 70 e 80 sob a batuta de Matthew Herbert de “A Vida em Um Dia” (2011), que é de um saudosismo inenarrável e que, metaforiza a personalidade , os valores e época de ouro da vida de Glória.

O longa de Sebastián Lelioé mais um filme chileno de qualidade que versa sobre cotidiano e que dá um show wm roteiro e atuações. Como diz o ditado popular: ‘menos é mais’. “Gloria Bell” é um manjar para quem gosta da vida com seus paradoxos, altos e baixos e procura entendê-la, mesmo sabendo que jamais o fará. Ou seja, é para os amantes da vida como ela é. Soberbo!

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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