Hotel Transilvânia 2 (Hotel Transylvania 2). (Animação/Comédia/Família); Elenco original: Adam Sandler, Andy Samberg, Selena Gomes, Mel Brooks; Direção: Genndy Tartarovskiy; USA, 2015. 89 Min.
Eles estão de volta, a família draculina, da animação da Sony Pictures, com a continuação da história de Marvis (Selena Gomes) e Jonathan (Andy Samberg). Que agora se casam, engravidam e têm um filhinho, o Dennis (Asher Blinkoff). A questão é saber se ele é humano ou vampiro. E as aventuras que o vovô Drácula (Adam Sandler) se mete para ensinar o neto a voar tira gargalhadas e faz pensar a questão da diferença.
Longe de ter um objetivo reflexivo – relativo a pensamento – e mais voltado para diversão, “Hotel Transilvânia 2” dá continuidade à fórmula de seu antecessor, com cores exuberantes, muita piada, descansos de atenção para a garotada mais nova e muita música. Mas não deixa de ter momentos em que as questões relativas às diferenças entre pessoas (neste caso seres) são abordadas. A forçação de barra do Drácula para trazer o neto para a cultura monstro versus o desejo de Marvis de viver no mundo dos humanos e dar uma educação diferente para Dennis, junto com a família de Jonathan, fazem pensar. Para as crianças a diferença estará na farra, nas músicas, no ludismo da comida viva e tudo mais. Para os adultos uma reflexão bastante interessante, fazendo-nos questionar até que ponto devemos abrir mão de nós por causa dos filhos, até que ponto o diferente nos atrai mas fere nossa natureza, até que ponto fazemos coisas para agradar, até que ponto forçamos o outro a ser o que não é, ou se esconder do que é. As questões são superficiais e rasas, nada comparado a “Divertidamente“(2015), mas dá pano para a manga e uma boa conversa no lanche após a sessão.
O diretor da animação é o russo Genndy Tartarovskiy da série de animação para TV “Star-Wars: Clone Wars” (2003-2005) pelo qual ganhou 2 primetime Emmys e que está plenamente em casa versando sobre a Transilvânia e as histórias que são ‘folclore’ local, (também dirigiu “Hotel Transilvânia”/2012). A surpresa está na polivalência de Adam Sandler que além de dublar o Drácula, roteirizou a animação, produziu e até compôs as letras de algumas músicas, na trilha sonora original assinada por Mark Mothersbaugh de “Uma Aventura Lego” (2014). Escrito por Robert Smigel, produtor de Shows para TV, dentre eles “Saturday Night Live”, tem na direção de arte Steve Lumley de “Rei Leão 3: Hakuna Matata” (2004). O que se pode dizer de “Hotel Transilvânia 2” é que tem qualidade.
Em suma, Robert Smigel e Adam Sandler transformaram a história do Drácula num lugar comum com um cotidiano parecido com o dos humanos, só que num mundo paralelo, sem abrir mão de seus costumes – que o diga a canção de ninar. A animação conversa com as crianças através das brincadeiras e com os adultos através da concepção de homogeneidade. E ainda diz pra todo mundo que ser diferente é legal. Não compete com a Disney e suas camadas didático-pedagógicas, mas se mantém no lúdico e prazeroso e dá o recado muito bem. Divertidíssimo!
A animação está disponível no circuito na modalidade 3D e na versão dublada por conta da velocidade de leitura dos pimpolhos.
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