Inferno (Ação/Aventura/Crime); Elenco: Tom Hanks, Felicity Jones, Omar Sy, Ben Foster; Direção: Ron Howard; USA/Japão/Turquia/Hungria, 2016. 121 Min.
A adaptação literária de “Inferno” de Dan Brown segue o mesma linha dos longas anteriores: “O Código Da Vinci” (2006) e “Anjos e Demônios” (2009). Passa por lugares históricos e artísticos que são patrimônio cultural da humanidade, tem um enigma a ser descoberto e tem como herói o professor de simbologia Robert Langdon que corre contra o tempo com sua partner Drª Sienna Brooks (Felicity Jones) para salvar a humanidade da extinção.
A história consiste em salvar o planeta de um vírus letal criado por um bilionário visionário, Bertrand Zobrist (Ben Foster), que dizimaria um terço da humanidade – como a peste negra – para conter a vileza da humanidade e seu crescimento populacional exorbitante. A disseminação se daria em um lugar de grande movimentação de pessoas do mundo todo. E mais uma vez Robert Langdon (Tom Hanks) foi o escolhido para descobrir onde e do que se tratava através de códigos a serem decifrados escondidos na obra “A Divina Comédia” de Dante Alighiere, especificamente no ‘Inferno’. Porém ele luta contra duas correntes, a de um grupo que quer usar o vírus como arma e dos que querem isola-lo. A saga tem as mesma cores cinematográficas dos longas anteriores: conexões, linhas de raciocínio, metáforas, etc. Também é estrelado por Tom Hanks, e já esta ficando com cara de franquia e daqui a pouco vira série de TV. Nada que se compare com com a história intrincada e visceral de “O Código Da Vinci”, e pela repetição se apresenta como mais do mesmo, com qualidade, é claro. Também pudera, todos são dirigidos por Ron Howard. O que muda são os roteiristas, que mesmo assim, se alternam entre Akiva Goldsman e David Koepp entre “O Código Da Vinci” e “Anjos e Demônios”. Dessa vez Koepp encarou a adaptação sozinho e foi fiel à obra original.
“Inferno” não deixa de ser uma história interessante, mas é ancorada em um argumento bastante comum nos filmes de aventura. Já visto, inclusive em “Missão Impossível 2” onde o vírus e seu antídoto eram o Quimera e o Belerofonte, nomes também tirados de compêndios de História da Humanidade, especificamente, a mitologia grega. Produzido pelo poderoso Brian Grazer de “Uma Mente Brilhante” (2001) e com música do respeitável Hans Zimmer da trilogia Batman de Nolan, e ainda, com fotografia de Salvatore Totino, o filme tem mais atrativos atrás das câmeras do que propriamente em sua história e forma de abordagem. A sensação de se estar vendo os filmes anteriores tira o ar de novidade, o que para alguns pode ser positivo, mas para outros, nem tanto.
O diferencial sutil no qual vale a pena prestar atenção é na reflexão sobre o merecimento da humanidade em ser salva ou não. E a prestimosa criação dos personagens dos andares do purgatório de Dante e suas características de expiações, numa viagem artística pela obra do escritor da Idade Média que vale a pena conferir. No mais, tem tudo para agradar aos leitores de Dan Brown e aos cinéfilos pouco exigentes.
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