Invencível (Unbroken). (Biografia/Drama); Elenco: Jack O’connell, Takamasa Ishihara, Domhnall Gleeson; Diretora: Angelina Jolie; USA, 2014. 137Min.
Muitas das histórias espetaculares que assistimos na telona vêm da vida real. Essa senhora sem lastros, sem chão, sem eira nem beira, tem nos premiado com inspirações poderosas. Esta foi a realidade da filmografia do ano de 2014. Dentre elas, a história de Louis Zamperini, filho de uma família de imigrantes italianos, nos EUA da primeira metade do século XX.
A produção de “Invencível” teve o privilégio de encontrar uma história sem igual e juntar um grupo de roteiristas de peso. Escrito a oito mãos, dentre elas, as dos irmãos Cohen (Joe e Ethan), ganhadores dos Oscares de melhor roteiro de 1996 e 2007, por “Fargo” e “Onde os fracos não têm vez”, respectivamente; Richard LaGravenese, de “Pescador de Ilusões” (1991) e Willian Nicholson de “Gladiador” (2000). E teve como referencial a biografia de Zamperini escrita por Laura Hillembrand, que têm no currículo o livro “Seabiscuit: alma de herói”, que também virou filme. Ou seja, um time que sabe contar histórias.
Mas, não é só isso…que sabe fazer trilha sonora, fotografia e figurino, também. Quem assinou a trilha foi Alexandre Desplat, conhecido por “O Curioso Caso de Benjamim Button” e que inseriu a musica “Miracle” interpretada por Coldplay, numa costura de sons que potencializam a recepção à história. O responsável pela fotografia foi Roger Deakins de “007: Operação Skyfall” (2012), e pelo figurino de época da segunda guerra, a experiente, Louis Froglley de “Caçadores de Obras-primas”. Com esse time e com essa história, sob a batuta da conhecida e oscarizada Angelina Jolie, não podia dar em outra: uma chuva de prêmios.
Já são nove ao total, dentre eles AFI awards (2015) de filme do ano. A maioria vindo de associação de críticos do próprio território americano como Nova York, Chicago, Hollywood. Em sua segunda experiência como diretora de ficção, a primeira foi com “Na Terra de Amor e Ódio” (2011), Angelina Jolie mostra sensibilidade e talento para registros de aspectos subjetivos, e levou o prêmio de “filme verdade” do Heartland Film (2014). Jack O’Connell, que interpretou Louis Zamperini, foi agraciado com premios da associação de críticos de Chicago, Dublin e Hollywood.
A história contada é similar à de “Uma longa viagem ” (2013) de Jonathan Teplitzky em que o espaço/tempo é segunda guerra mundial e a abordagem é a ação do exército japonês no evento. Em ambas, os personagens foram prisioneiros de guerra e seguiram o caminho do perdão, salvaguardadas suas peculiaridades. O único incômodo latente é que “Invencível” é ufanista. É uma ode à cultura e valores americanos, costurados pelo protestantismo. Fora isso, é uma história real de arrepiar, e mais, de surpreendermo-nos de como Louis Zamperini conservou intactos sua sanidade mental e seus aspectos afetivos/emocionais, que não foi no caso da personagem de filme “Uma longa viagem”.
É uma boa pedida para quem gosta de tirar forças do sofrimento, porque neste aspecto, o filme é um manjar para ninguém botar defeito. Às vezes, a vida real produz histórias tão extraordinárias quanto as da nossa imaginação.
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