Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World). (Ação/Aventura/Ficção-científica); Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Vincent D’Onofrio, Nick Robinson, Ty Simpkins, Omar Sy. Direção: Colin Trevorrow; USA/China, 2015. 124 Min.
O parque está Aberto! Revitalizando a franquia criada por Steven Spielberg, baseada na obra literária de Michael Crichton, “Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros” traz de volta a ilha Nublar, do primeiro filme (1993). Vinte dois anos depois, algumas coisas mudaram, mas outras continuam, basicamente, as mesmas. O Parque trocou de dono; o enredo deixa as explicações paleontológicas para lá e apresenta-se como uma mistura belíssima de sub-gêneros, dentro do gêneros de ação/aventura/ficção-científica – a comédia romântica e a comédia familiar; versa sobre o controle e a síndrome de deus que acomete os seres humanos; mas, quanto aos efeitos especiais, manteve as duas tecnologias a dos bonecos animatrônicos do saudoso Stan Winston (1946-2008) e o uso da computação gráfica como já acontecia em Jurassic Park III (2001).
A história é da dupla dinâmica Rick Jaffa e de Amanda Silver de “Planeta dos Macacos” – O confronto (2014) e a Origem (2011) – e consiste no recorte de um final de semana da vida dos meninos Zack (Nick Robinson) e Gray (TY Simpkins) que vão ao parque da ilha Nublar em que trabalha a tia, Claire (Bryce Dallas Howard) de “A Vila”(2004). Bonita, solteira e ambiciosa a administradora do parque deixa os meninos sob cuidados de uma funcionária para atender a reuniões de trabalho com o novo dono da ilha: Simon (Irrfan Khan) de “As Aventuras de PI” (2012) e com o pesquisador Owen (Chris Pratt) de “Guardiões da galáxia” (2014). As crianças ficam sozinhas, e um vilão – Hoskins (Vincent D’Onofrio) de “O Juiz” (2014) – começa a aprontar das suas. O roteiro foi escrito a oito mãos contando com os criadores da história e o diretor Colin Trevorrow.
A nova fase da franquia repete a velha fórmula do Jurassic Park (1993), turismo excêntrico e um sabotador de plantão para garantir a continuidade da história. Sobre os efeitos especiais, os bonecos de Stan Winston continuam na ativa dividindo as cenas geradas em computação gráfica. E esse é o diferencial da franquia em relação aos filmes fantasia, em algumas sequências se toca, de fato, nos animais que foram reconstituídos pela técnica de Winston – que também foi responsável pelos robôs do “Exterminador do Futuro”. A novidade em relação aos outros filmes: “O Mundo Perdido” (1997) e “Jurassic Park III” (2001) é que ele perde o compromisso com as explicações sobre a fisiologia das espécies e cria uma outra – que nunca existiu – o “Indominus Rex”, uma espécie modificada geneticamente a partir de filamentos de DNA de várias espécies, o que faz com que a criatura desenvolva vários aspectos das potencialidades daquelas espécies na natureza. E aí entra as possibilidades de reflexão sobre ética na manipulação genética, sobre o interesse do capital em detrimento da vida e da segurança. Tudo isso de uma forma superficial, pois o compromisso de “Jurassic World” (no original) é divertir, com as piadas, as tiradas cômicas e, levemente sexualizadas, as curvas do enredo que se misturam à brincadeira de criança e clichês românticos de comédia.
Quem dirige é Colin Trevorrow de “Sem Segurança Nenhuma” (2012) (sem trocadilho), que é oriundo de curtas, filmes de TV e documentários, sob a batuta do produtor executivo e dono da ideia Steven Spielberg. A trilha sonora é retumbante e tira do sério nos momentos de tensão, e quem assina é Michael Giacchino de “Fringe”, “Alcatraz” e “Lost”. A fotografia é de John Schwartzman de “Armageddon” (1998) e indicado ao Oscar por “Seabiscuit” (2003). A direção de arte foi uma equipe e tanto, tem gente do desenho animado: Nick Crocco de “Hotel Transilvânia “(2012); da comédia romântica: Caty Maxey de “O Diário da Princesa” (2001); da ficção científica: Doug j. Meerdink e David Scott de “Guerra dos mundos” (2005) e “Tron – O Legado” (2010), respectivamente; e da ação como Christa Munro de “Missão impossível- Protocolo Fantasma” (2011). Lembrando que a menina dos olhos de “Jurassic World” é a direção de arte.
Em suma, “Jurassic World” cumpre bem a função a que foi designado – divertir – e de quebra ainda traz uma reflexão procedente sobre o capitalismo a qualquer preço (talvez influência da co-produção com a China), de que esquecemos o que realmente importa, a família, a atenção e o apreço (a cara do Steven Spielberg) e que não controlamos nada. E pergunta acintosamente: “Milhões de anos de evolução e o que vocês aprenderam?”…. Além de deixar um super gancho para a continuação e mostrar quem manda no pedaço. Numa palavra? Divertidíssimo!
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