La La Land: Cantando Estações

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La La Land: Cantando Estações

Por | 2018-06-17T00:45:22-03:00 18 de janeiro de 2017|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

La La Land: Cantando Estações (La La Land) (Comédia/Drama/Musical); Elenco: Ryan Gosling, Emma Stone; Direção: Damien Chazelle; USA, 2016. 128 Min.

Diz um ditado popular que: “toda unanimidade é burra”. Mas, diz, ainda, um outro que: “toda regra tem exceção” e, possivelmente, “La La Land: Cantando Estações” habite esta intersecção entre os ditos da sabedoria popular.  Depois do sucesso de “Whiplash: Em Busca da Perfeição” (2014) Damien Chazelle está de volta na direção de mais um filme que tem em seu entorno a música. O longa conta a história de um músico de Jazz que procura afirmação profissional e uma atriz que procura iniciar sua carreira, sem muito sucesso. Chavão maior em Hollywood não há. E é aí que entra a maestria do roteiro, que também é de Chazelle. Ele homenageia Hollywood com o que ela tem de mais tradicional: suas histórias em busca de sucesso, a movimentação dos estúdios, as audiências, os musicais e bebe na fonte de referências respeitáveis misturando o clássico dos anos 50 ao moderno. Tudo isso muito bem feito e muito bem temperado.

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Sebastian (Ryan Gosling) é um músico de Jazz tradicional que ganha a vida tocando canções populares em bares noturnos. Mia(Emma Stone) é uma atriz que trabalha como garçonete enquanto faz testes para conseguir iniciar sua carreira. Os dois se esbarram com frequência e iniciam uma história de amor (nada mais sessão da tarde). Porém, o romance tem ares de “Café Society” (2016). Ao mesmo tempo em que o embalo das musicas e as danças nos remetem ao tradicional sem ser piegas, a movimentação da vida dos dois é moderna. “La La Land” (no original) dosa muito bem os diálogos, a história, a música e o próprio ritmo do filme. Tem cheiro de filme da década de 50 pelo cadenciamento da história, pelo figurino que lembra levemente a década e, pelas referências musicais, como: “Cantando na Chuva” (1952); “A Roda da Fortuna” (1952) – numa homenagem linda a Fred Astaire e  Cyd Charisse – e “Cinderela em Paris” (1957) com Audrey Hepburn entre outros. Sobre Hollywood as referências estão espalhadas em cartazes de filmes ao longo da exibição, como: “Mulher Cobiçada” (1927), “Radio Patrulha” (1932), “O Gato Preto” (1934), “Assassinos” (1946), além de trechos dos filmes “Casablanca” (1942)  e “Juventude Transviada” (1955). “La La Land” é um desfile bem sucedido de fotografia, direção de arte, música e atuações.

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Por tanto, levou sete estatuetas no Globo de Ouro  2017, quebrando recorde que era dos filmes “Um Estranho no Ninho” (1975) e “O Expresso da Meia-noite” (1978) com seis estatuetas cada. Favorito ao Oscar, o filme dirigido e roteirizado por Damien Chazelle de apenas 31 aninhos tem um equilíbrio de aspectos que encanta. As referências são sutis e harmonizadas com o filme inteiro sem parecer bajulação ou recorte forçado. A fotografia de Linus Sandgren de “Joy: O Nome do Sucesso” (2015) é alegre, confortável aos olhos, e por vezes, poética. A trilha sonora então, que é alma de um musical, é de tirar o chapéu, com destaque para a música tema “City of Stars” composta por Justin Hurwitz, que assina toda a trilha sonora da obra. E por fim, a direção de arte é um luxo assinada por Austin Gorg de “Demônio Neon” (2016)

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As palavras que definem “La La Land: Cantando Estações” é equilíbrio e harmonia. Equilíbrio na amarração das contradições entre clássico e moderno e harmonia na colagem de todos os aspectos que compõem a arte cinematográfica na produção de um filme. Independente da unanimidade, “La La land” é uma exceção muito bem sucedida. Um pout-pourri de artes com leveza, graça, charme e modernidade. Um Luxo!

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Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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  1. anisioluiz2008 18 de janeiro de 2017 em 09:06 - Responder

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