Mais Forte Que O Mundo: A História de José Aldo

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Mais Forte Que O Mundo: A História de José Aldo

Por | 2016-06-26T18:50:19-03:00 26 de junho de 2016|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Mais Forte que o Mundo: A História de José Aldo (Ação/Biografia/Romance); José Loreto, Cléo Pires, Milhem Cortaz, Claudia Ohana, Rômulo Neto, Jackson Antunes; Direção: Afonso Poyart; Brasil, 2016. 107 Min.

Embalado competentemente pela plasticidade o filme de Afonso Poyart conta a história da vitória do ex-campeão da categoria peso pena da UFC, José Aldo, sobre a pobreza e o ódio, e a realização de seu sonho de ser um atleta profissional de MMA.

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O longa-metragem é um recorte de tempo bem específico na vida de José Aldo (José Loreto). Sua juventude em Manaus e seu contexto de vida familiar conturbado; sua vinda para o Rio de Janeiro, o apoio do amigo Marco (Rafinha Bastos), o encontro com o treinador Dedé Pederneiras (Milhem Cortaz),  até seu apogeu com o título de lutador do ano, em 2010,  com a conquista do cinturão da UFC.

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Com trinta anos de idade não se tem muito para contar, até porque a vida está só começando, e ainda, com muita água para rolar debaixo da ponte. Então, o roteirista Marcelo Rubens Paiva de “Depois de Tudo” (2015) e o diretor Afonso Poyart do premiado “2 Coelhos” (2012) apostaram na profundidade em detrimento da abrangência para contar essa história. O roteiro leva o espectador aos lugares mais recônditos da alma de José Aldo, mostrando seus conflitos internos, sua lida com o ódio avassalador que o carcomia por dentro e a válvula de escape que representou a luta profissional, juntamente, com o resgate social que o esporte proporcionou a José Aldo. Tudo isso enquanto caminhamos pela cronologia dos acontecimentos.

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Com alguns ajustes para a história ficar palatável e adaptável à ficção, com toques de arte cinematográfica (os mesmos efeitos usados em “Macbeth” e “Deadpool“) e uma pitada de humor para quebrar o clima da história densa, “Mais forte que o Mundo: A História de José Aldo” é um bom produto cinematográfico. Tem uma produção de qualidade e agrada a quem gosta do esporte. Diferente de alguns filmes desportistas nos quais vê de tudo menos o esporte abordado, “Mais forte que o mundo….” é recheado de cenas de lutas desde os treinamentos, brigas de rua, até as apresentações profissionais (que diga-se de passagem são muito bem produzidas). E ainda, traz metáforas belíssimas dos conflitos internos de José.

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Outros aspectos que merecem destaque são a trilha sonora de Samuel Ferrari e Felipe Junqueira que embala, empolga e tudo isso na hora e medidas certas; e a fotografia de Carlos André Zalasik de “2 Coelhos”. Mas a medalha de ouro vai para a edição de Lucas Gonzaga de “Presságios de um Crime” (2015) que possibilitou os recortes metafóricos competentes dos conflitos existenciais abordados e deu corpo a história. E não se poderia deixar de citar a atuação magistral de José Loreto numa entrega e dedicação vistas  a olhos nus, incluindo a forma física para viver o personagem.

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“Mais Forte que o Mundo: A História de José Aldo” é uma mistura de gêneros, é ação, é biografia, é comédia, e é romance e com isso chama públicos diferentes que curtam os diversos estilos, sem contar os desportistas. Mas sua missão, possivelmente, é apresentar uma história de vida admirável que foi contra todos os prognósticos, ovacionar o esporte como um instrumento de resgate social e mais, fomenta-lo como um  canalisador de energias  com benefícios garantidos. Para finalizar, é uma produção nacional com uma gramática cinematográfica americanizada que deu certo.

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Editado 27/06/2016

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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