Maze Runner: Prova de Fogo. (Maze Runner: The Scorch Trial); (Ação/Ficção Científica/Thriller); Elenco: Dylan O’Brien, Kaya Scoledário, Tomas Brodie-Sangster, Aidan Gillen, Giancarlo Espósito, Patricia Clarkson; Direção: Wess Ball; USA, 2015. 131 Min.
“O apressado come cru” já diz o ditado popular. Nessa onda de filmes adaptados de livros, com histórias intrincadas e, por conseguinte, dividido em partes, o espectador ávido por desfechos é testado até a última gota de paciência. Na primeira parte de “Maze Runner” fomos apresentados a um grupo de jovens que, literalmente, estão inseridos em uma experiência, com testes de potencialidades e fomentos à subversão da ordem, com um final que apresentou a rebeldia como sinal positivo, que já era o esperado, inclusive, pelos próprios administradores da experiência. E mais, o mundo dado é o apocalíptico, em que essa aventura é uma proteção e um uso ao mesmo tempo. E isso instiga o espectador mais atento, e o torna mais exigente à medida em que a história vai ganhando forma. Wes Ball, na adaptação da obra homônima de James Dashner corresponde a essa expectativa.
A Continuação da saga “Maze Runner: Prova de fogo” nos apresenta o laboratório, seus fins e os motivos pelos quais se institui a jornada dos jovens, e melhor, coloca mais lenha na fogueira. O roteiro se constitui, basicamente, nisso: o sol está contaminado e mudando o modo de viver na terra, tudo é seco e sem vida, a sobrevivência é subterrânea. As pessoas contaminadas vivem como zumbis, mas existem os imunes. E é aí quem entra o laboratório CRUEL que seleciona crianças imunes para estuda-las, testá-las e fazer exames com a finalidade de descobrir a cura para a tal doença. Dado o caminho das pedras, o longa se esmera em correrias, tiros e plot twists, todos procedentes para o que se propõe e para o público para o qual é dirigido – adolescentes e jovens leitores de Dashner.
Wess Ball e Thomas Scott Nowlin, respectivamente, diretor e roteirista, fazem uma mistura de tensão e necessidade de vencer uma competição na primeira parte com o clima de “Jogos Vorazes”, e na segunda parte a luta pela sobrevivência, no melhor estilo “Walking Dead”, inclusive com cenas que lembram alguns episódios. A trilha musical, assinada por John Paesano é de alta tatibilidade, levando o espectador ao nível da tensão exigido e ao mesmo tempo mistura gêneros musicais, brincando com os sensores de todos nós, numa experiência agradável. Mas o primor é a direção de arte supervisionada por Andrew Max Cahn de “Jogos Vorazes” e “Divergente”. A fotografia é uma overdose de CGI, mas já era de se esperar. O longa, conta ainda, como chamariz de público, o ator Aidan Gillen (Jason), oPetyr “Littlefinger” Baelish de “Game of Thrones” e com Giancarlo Espósito (George) de “Breaking Bad”. Um aspecto positivo da versão cinematográfica é a inserção dos pontos fortes da trama colando os aspectos mais potentes da história e parando no lugar certo. A terceira parte já está em fase de pré-produção e será a hora da vingança de todo o acontecido em “Prova de Fogo”.
Por tudo isso, “Maze Runner: Prova de Fogo” apesar de ser mais um na multidão, empolga, mas não chega aos pés de “Jogos Vorazes”, seu concorrente na categoria. Wes Ball que me desculpe, mas o tempero político de Jogos Vorazes” faz toda a diferença, principalmente se levarmos em consideração o nosso modus vivendis gregário. Resumindo… dá conta do recado e só.
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