Missão Impossível – Nação Secreta (Mission Impossible: Rogue Nation). (Ação/Aventura/Thriller); Elenco: Tom Cruise, Rebecca Ferguson, Jeremy Renner, Simon Pegg, Ving Rhames, Sean Harris; Direção: Christopher Mcquarrie; USA, 2015. 131 Min.
Sempre dirigido por nomes de peso como: Brian de Palma, John Woo, J. J. Abrams, Brad Bird e, agora, Christopher Mcquarrie, a franquia Missão Impossível tem como assinatura, lugares marcantes ao redor do planeta, uso de clichês de espionagem, uma plasticidade prazeirosa e muita ação e ritmo cadente. Sem esquecer que todas as missões são humanamente impossíveis. No melhor estilo ação/espionagem, lembrando “007- Quantum of Solace” (2008), “Missão Impossível Nação Secreta” tem ação do começo ao fim, tensão na medida certa, humor e é um jogo de xadrez para ninguém botar defeito.
Depois que a Força Missão Impossível(MIF) foi dissolvida, Luther (Ving Rhames) se despediu, William (Jeremy Renner) e Benji (Simon Pegg) foram absorvidos pela CIA e de lá protegem Ethan (Tom Cruise) que está investigando os rastros deixados pela organização secreta Sindicato. A história consiste em provar que a organização paralela existe, está ativa e desmantela-la. Enquanto isso William e Benji freiam as ações da CIA contra Ethan, pois está no seu encalço. E além de tudo isso ainda tem a agente misteriosa Ilsa Faust (Rebecca Ferguson). O longa é um jogo de xadrez em que se tem que antecipar a jogada do inimigo, com agentes duplos, um “time ” na produção de tensão muito bem cronometrado, um espaçamento de ação que não cansa e com performances que transformam o filme num balé sincronizado, e como se não bastasse, um humor muito bem temperado.
Famoso por fazer do dublê um orientador desde Missão Impossível II – dirigido por John Woo, no duelo de motos – Tom Cruise se supera na cena do avião, em que fica pendurado à porta, dispensando o dublê. Dirigido por Christopher Mcquarrie, oscarizado pelo roteiro de “Os Suspeitos” (1995) e diretor de “Jack Rache: O Último Tiro” (2012), com história de Drew Pearce de “Homem de Ferro 3” (2013) e Bruce Geller – das séries de TV da franquia – o quinto filme dos espiões estilizados, está impagável em relação milimetragem de ação, de humor, de tensão e de história. Tudo fecha redondinho e sem abusar da paciência do espectador. Mas quem está espetacular é Sean Harris no papel do vilão Solomon Lane, bem à altura dos heróis da MIF. A trilha sonora de Joe Kraemer é um capítulo à parte com variações do tema da franquia e trechos da ópera “Turandot” de Giacomo Puccini. juntamente com toda a acústica do longa (recomenda-se assistir numa sala de exibição com um bom sistema de som). Além da fotografia de Robert Elswit, oscarizado por “Sangue Negro” (2007) que dá o tom da plasticidade da franquia.
O longa de Christopher Mcquarrie assevera a qualidade que vem sendo apresentada nos quatro filmes anteriores sem deixar a peteca cair, ao contrário, iça-o a um dos melhores. Tem remetências em “O Homem que Sabia Demais ” (1956) e “O Satânico Dr. No” (1962) e prende a atenção do começo ao fim, com uma pegada de irreverência e agilidade cognitiva dignos de uma ópera de ação. Em Missão Impossível, nada parece o que é, e aí está a graça, a surpresa no enredo, a surpresa na ação, a surpresa no impossível. Um belo produto cinematográfico embalado para presente de luxo, no nível blockbuster, é claro.
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