Mistress America

Mistress America

Por | 2018-06-17T00:07:57-03:00 21 de novembro de 2015|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Mistress America. (Comédia); Elenco: Lola Kirke, Greta Gerwig; Direção: Noah Baumbach; USA, 2015. 84 Min.

Depois de “Enquanto Somos Jovens” (2014) e “Frances Ha” (2012) o diretor e roteirista Noah Baumbach entra em circuito com a comédia “Mistress America” que conta a história do amadurecimento de Tracy (Lola Kirke), dentro de um recorte de tempo na juventude, em que ela se vê perdida sem saber o que fazer da vida. Aos 18 anos, longe de casa, tentando entrar para uma confraria na faculdade, meio enfastiada e procurando referênciais para se inspirar, resolve telefonar para a futura irmã postiça Brooke (Greta Gerwig) que tem 30 anos  e que mora em New York. A partir daí faz uma jornada pela vida de Brooke acompanhando-a para resolver algumas questões pessoais.

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O longa-metragem mostra que aos 18 ou aos 30 anos, as incertezas, inseguranças e não-sucessos são parecidos, e delineia o cotidiano dessas jovens mulheres na busca de sua felicidade, na realização de seus sonhos e na criação de identidade de uma forma bastante aberta e sem alinhavos. Deixando o espectador na divagação entre: a personificação do devir da vida em que tudo se movimenta e o que se queria hoje, amanhã já não mais satisfaz, aparentando não se saber o que se quer; e a patetice da não-assertividade e a cogitação da responsabilidade pelo insucesso vir da falta de direcionamento e foco. Essa é a questão dissonante do excesso de abertura do roteiro escrito a quatro mãos, por Greta Gerwig, indicada ao Globo de Ouro por Frances Ha (na atuação), mas que também o roteirizou, e Noah Baumbach, indicado ao Oscar pelo roteiro original de “A Lula e a Baleia” (2005).

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O estilo comédia arranca gargalhadas e é afeito ao jeitão norte-americano de piadas. Em alguns momentos apresenta uma nuance meio Wood Allen, lembrando “Hanah e sua Irmãs” (1986), mas não acrescenta muita coisa nesse sentido. O que vale a pena é a trilha sonora assinada por Britta Philips e Dean Wareham que vai de paul McCartney a Frédéric Chopin. Ainda assim, o filme foi indicado ao Gotham Awards pela atuação de Lola Kirke.

This photo provided by Fox Searchlight Pictures shows, Lola Kirke, from left, as Tracy, Cindy Cheung as Karen, Michael Chernus as Dylan, Heather Lind as Mamie-Claire and Matthew Shear as Tony in a scene from "Mistress America." (Fox Searchlight Pictures via AP)

This photo provided by Fox Searchlight Pictures shows, Lola Kirke, from left, as Tracy, Cindy Cheung as Karen, Michael Chernus as Dylan, Heather Lind as Mamie-Claire and Matthew Shear as Tony in a scene from “Mistress America.” (Fox Searchlight Pictures via AP)

No mais, “Mistress America” é o lugar comum das comédias norte-americanas com as cores humorísticas bem marcadas e que na melhor das hipóteses, nos diz que estar perdido é normal.

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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