Mistress America. (Comédia); Elenco: Lola Kirke, Greta Gerwig; Direção: Noah Baumbach; USA, 2015. 84 Min.
Depois de “Enquanto Somos Jovens” (2014) e “Frances Ha” (2012) o diretor e roteirista Noah Baumbach entra em circuito com a comédia “Mistress America” que conta a história do amadurecimento de Tracy (Lola Kirke), dentro de um recorte de tempo na juventude, em que ela se vê perdida sem saber o que fazer da vida. Aos 18 anos, longe de casa, tentando entrar para uma confraria na faculdade, meio enfastiada e procurando referênciais para se inspirar, resolve telefonar para a futura irmã postiça Brooke (Greta Gerwig) que tem 30 anos e que mora em New York. A partir daí faz uma jornada pela vida de Brooke acompanhando-a para resolver algumas questões pessoais.
O longa-metragem mostra que aos 18 ou aos 30 anos, as incertezas, inseguranças e não-sucessos são parecidos, e delineia o cotidiano dessas jovens mulheres na busca de sua felicidade, na realização de seus sonhos e na criação de identidade de uma forma bastante aberta e sem alinhavos. Deixando o espectador na divagação entre: a personificação do devir da vida em que tudo se movimenta e o que se queria hoje, amanhã já não mais satisfaz, aparentando não se saber o que se quer; e a patetice da não-assertividade e a cogitação da responsabilidade pelo insucesso vir da falta de direcionamento e foco. Essa é a questão dissonante do excesso de abertura do roteiro escrito a quatro mãos, por Greta Gerwig, indicada ao Globo de Ouro por Frances Ha (na atuação), mas que também o roteirizou, e Noah Baumbach, indicado ao Oscar pelo roteiro original de “A Lula e a Baleia” (2005).
O estilo comédia arranca gargalhadas e é afeito ao jeitão norte-americano de piadas. Em alguns momentos apresenta uma nuance meio Wood Allen, lembrando “Hanah e sua Irmãs” (1986), mas não acrescenta muita coisa nesse sentido. O que vale a pena é a trilha sonora assinada por Britta Philips e Dean Wareham que vai de paul McCartney a Frédéric Chopin. Ainda assim, o filme foi indicado ao Gotham Awards pela atuação de Lola Kirke.
No mais, “Mistress America” é o lugar comum das comédias norte-americanas com as cores humorísticas bem marcadas e que na melhor das hipóteses, nos diz que estar perdido é normal.
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