‘Monos’ um recorte subjetivo das FARC colombianas

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‘Monos’ um recorte subjetivo das FARC colombianas

Por | 2020-11-11T18:10:41-03:00 11 de novembro de 2020|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Monos – Entre o Céu e o Inferno (Monos) (Aventura/Drama/Mistério); Elenco: Sofia Boaventura, Julianne Nicholson, Moisés Arias, Julian Gualdo, Karen Qunitero, Laura Castrillon, Paul Cubides, Deiby Rueda, Snider Castro,; Direção: Alejandro Landes; Colombia/Argentina/Holanda/Alemanha/Suécia/Uruguai/USA/Suíça/Dinamarca/França; 2019. 102Min.

O indicado da Colômbia ao Oscar 2020 entra em cartaz essa semana (12/11). O longa é dirigido por Alejandro Landes e traz um painel dos ‘monos’, guerrilheiros jovens das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que atuaram de 1965 a 2017 na Amazônia Legal. Embora o filme não remeta a uma nacionalidade nem a espaço geográfico, esse contexto faz parte da História da Colômbia. Traz também uma remetência ao sequestro da ativista franco-colombiana Ingrid Betancourt ocorrido em 2002 e finalizado em 2008, através da personagem da doutora.

No alto de montanhas andinas e no interior de uma floresta tropical um grupo de adolescentes são treinados para a guerrilha numa mistura de disciplina, violência e ausência de normas sociais. Ali se apresenta o processo de mergulho de jovens de 14 a 18 anos no mundo da guerrilha armada. Com um roteiro bem recortado que dá conta de um suposto cotidiano e que desenha os aspectos sociais e psicológicos que vão sendo desconstruídos e reconstruídos, uma fotografia que fala sozinha por seus takes (aquilo que mostra e o que insinua) e a iluminação, “Monos” arrebata o espectador por sua trilha sonora impactante e fora do comum, acaba se tornando uma experiência e nos remetendo a “Beasts of no Nation” (2015) de Cari Jofi Fukunaga que conta a história de crianças guerrilheiras africanas, também contexto histórico daqueles países.

A história é de Alejandro Landes, conhecido por “Porfírio” (2011) e o documentário “cocalero” (2007); com colaboração no roteiro de Alexis dos Santos conhecido pelo premiado “Camas Desfeitas” (2009). A tatibilidade foi ancorada no som através da música de Mica Levi de “Jackie” (2016). A fotografia de Jasper Wolf de “Code Blue” (2011). Tudo isso sob a batuta de Alejandro Landes.

Por tal o longa teve como consequência muitos prêmios em festivais ao redor do planeta nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor fotografia, melhor roteiro, melhores ator e atriz , trilha sonora em países como Israel, Eslovênia, Ucrânia, Transilvânia, Hungria, além de seleção oficial em Berlim e outros. A multiprodução da Colômbia que abarca 10 outros países tem texto, contexto e belíssimas atuações.

A Colômbia mostra que depois de ter competido no Oscar em 2016 com “O Abraço da Serpente” se mantém afiada e com gás para produções de qualidade, Viva a América Latina!

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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