Não Olhe para Trás (Danny Collins). (Comédia/Drama/Musica); Elenco: Al Pacino, Annette Bening, Jennifer Gardner, Christopher Plummer; Direção: Dan Fogelman; EUA, 2015. 106 Min.
O longa-metragem de estreia como diretor de Dan Fogelman conta uma história “quase real” – assim designada na narrativa inicial – que se baseia num momento de vida do cantor inglês Steve Tilston ( no filme Danny Collins), em que após filosofar sobre o sucesso e a fama numa entrevista, tem uma carta escrita de próprio punho por John Lennon e que demora décadas até chegar em suas mãos. A realidade termina aí, o que vem a seguir é pura ficção interpretado por um elenco de tirar o chapéu.
A partir desse dia, Danny Collins (Al Pacino) resolve mudar seu estilo de vida e recuperar o tempo perdido e conhecer um filho que nunca havia visto. Danny muda-se para um hotel em New Jersey, invade a família do filho, se encanta com a neta que nem sabia existir e vive momentos do cotidiano em família. Diferente da vida de músico com muito sexo, drogas e rock and roll. “Não Olhe para trás” é uma reflexão sobre felicidade e a arte de se administrar o que se tem e o que se é.
O roteiro é simples, linear e em alguns momentos cai no lugar comum, mas tem dois diferenciais: o elenco e a trilha sonora que tem uma especificidade interessante. Quanto ao elenco é um desfile que competências: Al Pacino, Christopher Plummer (Frank) de o consagrado “A noviça Rebelde” (1965) e ganhador do Oscar por “Toda Forma de Amor” (2012); Jennifer Garner (Samantha) de “Alias” (série de TV) pela qual ganhou um Globo de Ouro; Annette Bening (Mary), indicada a quatro Oscares e Bobby Cannavale (Tom) de “Boardwalk Empire” (série de TV). Em se tratando de um filme sobre um músico, a trilha sonora fez um charme. Assinada por Ryam Adams, musico de banda e Theodoro Shapiro, ganhador do IFMCA 2013 por “A vida Secreta de Walter Mitty” e vários BMI Film & TV awards, dentre eles por; “Marley e Eu”; “O Diabo Veste Prada” e Starsky & Hutch, juntos inserem as músicas de John Lennon em estado de ironia e antagonismo com a mensagem imagética dentre outras canções. A música que fez o sucesso de Danny Collins, é uma só, e a outra é aquela que ele compõe para Mary (Annette Bening) e que não consegue cantar. Num ir e vir de desconexões espetaculares, uma metáfora das dicotomias da vida de Danny Collins. Dan Fogelman, que foi roteirista de “Última viagem a Vegas” (2013) pode se considerar premiado por ter um elenco tão estelar em sua primeira viagem como diretor.
Em “Não Olhe para trás” a moral a história é que a vida é devir e tempo não se recupera, que a vida é tudo, e que a gente é o que é, com todos os defeitos e qualidades, mas que somos nós quem escolhemos para qual dos dois olhar e enfatizar durante a caminhada. O filme Danny Collins (no original) é uma pérola do cotidiano.
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