O Assassino: O Primeiro Alvo (American Assassin) (Ação/Thriller); Elenco: Dylan O’Brien, Michael Keaton, Sanaa Lathan; Direção: Michael Cuesta; USA, 2017. 112 Min.
Os filmes dirigidos por Michael Cuesta, normalmente, são nichos de assuntos pesados. Em “O Mensageiro” (2014) o assunto é o tráfico de Drogas e suas redes de poder. Agora, em “American Assassin” (no original) o assunto é o terrorismo internacional e a ameaça nuclear. Michael Cuesta e os quatro roteiristas pegaram o livro homônimo de Vince Flynn (1966-2013) e o destrincharam em gênero, número e grau, desde os aspectos psicológicos – muito bem abordados – aos políticos. E trabalharam magistralmente o produto cinematográfico de ação com qualidade e conteúdo.
Numa mistura da vibe de “Missão Impossível” e “Feito na América” “O Assassino: O Primeiro Alvo” conta a história de Mitch Rapp (Dylan O’Brien) e sua saga para se vingar de terroristas internacionais por conta própria, depois de uma tragédia pessoal. A partir de sua competência ele é recrutado pela CIA para trabalhar em missões do mesmo porte e deter um projeto de armamento nuclear. Treinado por Stan Hurley (Michael Keaton) o rapaz vive o dilema de tornar suas missões pessoais ou não. Além de ver às voltas com problemas de indisciplina, pois tinha dificuldade de obedecer ordens. O enredo faz um trançado entre perfis de personalidade e costuras políticas. Mas, aborda muito principalmente, como as agências de inteligência funcionam usando perfis de quase psicopatas. Essa ausência de empatia é um viés importante na história.”O Assassino: O Primeiro Alvo” é um filme de ação inteligente e que empolga.
Tecnicamente, o filme está muito bem servido com uma equipe de produção muito boa. Dirigido por Michael Cuesta também conhecido por alguns episódios das séries “A Sete Palmos”, “Homeland” e “Dexter” é estrelado por Dylan O’Brien de “MazeRunner: Correr ou Morrer” e “Maze Runner: Prova de Fogo”; e Michael Keaton de “Birdman” e “Spotlight” e não deixa em nada a desejar para os bons filmes da categoria. A trilha sonora foi assinada pelo oscarizado Steven Price de “Gravidade” e a fotografia de Enrique Chediak de “127 horas”. E ainda tem a excelente edição de Conrad Buff IV de “Titanic”. O roteiro foi escrito a oito mãos encabeçado pelo oscarizado por “Traffic: Ninguém Sai Limpo” Edward Zwich.
Enfim, o filme é uma grata surpresa por ser uma produção americana que aparenta ser mais um filme de ação e, no entanto, tem uma qualidade bem acima da maioria. Prende a atenção, faz pensar e tem uma costura técnica e conceitual muito boa. Falado em inglês/italiano/turco/árabe/polonês e persa e filmado na Itália, Inglaterra, Turquia e Hungria, “American Assassin” promete uma continuação merecida.
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