‘O Dia Depois’: as relações cotidianas através de conversas

>>‘O Dia Depois’: as relações cotidianas através de conversas

‘O Dia Depois’: as relações cotidianas através de conversas

Por | 2018-06-22T00:50:45-03:00 15 de abril de 2018|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

O Dia Depois (Geu-hu) (Drama/Romance); Elenco: Yunhee Cho, Ki Joabang, Kim Min-hee; Direção:  Hong Sang-soo;Coréia do Sul, 2017. 92 Min.

 

Hong Sang-soo é um cineasta coreano especialista em diálogos e analogias temporais. Depois de “Certo Agora, Errado Antes” ele estreia no circuito nacional com “O Dia Depois” que pode ser traduzido livre e contextualmente como ‘O dia de Areum’. Aqui Hong Sang-soo abusa dos takes repetitivos com pessoas diferentes falando dos mesmos assuntos com reações diferentes. O cineasta brinca com a temporalidade e mostra conflitos internos e externos através de conversas.

Song Areum (Kim Min-hee) é uma jovem que vai trabalhar na editora de livros de Song Haejoo (Yunhee Cho). Um homem casado que mantém um relacionamento extra-conjugal com a ex-funcionária. Toda a história gira em torno de Song Haejoo, mas o cerne da história é o dia de 8 horas de trabalho de Song Areum que represnta uma vida inteira. O vai-e-vem no tempo e nas relações são uma marca na abordagem de Hong Sang-soo. Em “O Dia Depois”  ele brinca com o tempo e com as diferenças de visão de mundo das pessoas através das conversas, que são várias são a coluna vertebral do enredo.

Tecnicamente o que chama atenção no filme é a fotografia de Kim Hyung-ku de “Memórias de Um Assassino” (2003), que fala sozinha e destaca os lugares de importância dos ambientes através da iluminação em relação aos outros cômodos do set com sua maestria em P&B, sendo quase que uma personagem. O roteiro também é de Hong Sang-soo, mas seleciona público pelas sua abordagem subjetiva e filosófica. Com uma gramática cinematográfica bastante oriental, com takes longos, lentidão e cortes abruptos “O Dia Depois” não é para qualquer espectador, tem que curtir diálogos longos, Filosofia, e porque não, um pouco de psicologia. Para quem gosta do cinema asiático com sua vibe e sem ocidentalizações é uma boa pedida.

O filme foi premiado com o Grande Prêmio da Associação de críticos de Busan e melhor filme da Associação Internacional de Cinéfilos, e ainda tem a atriz Kim Min-hee de “A Criada” no elenco.

 

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

Deixar Um Comentário