O Grande Hotel Budapeste

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O Grande Hotel Budapeste

Por | 2015-02-22T23:16:10-03:00 22 de fevereiro de 2015|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel). (Aventura/Comédia/Drama); Elenco: Ralph Fiennes, F. Murray Abraham, Mathieu Amalric; Diretor: Wes Anderson; Reino Unido/Alemanha/USA, 2014. 100Min.

A grande surpresa do Globo de Ouro 2015 foi “O Grande Hotel Budapeste” de Wes Anderson” ter ganho melhor filme na subcategoria comédia ou musical. Ninguém esperava, mesmo após ter abocanhado o Urso de Prata no Festival de Berlim 2014. Para o Oscar foi  indicado em nove categorias, a saber: Melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro original, melhor fotografia, melhor edição, melhor design de produção. melhor figurino, melhor maquiagem e cabelo, e melhor trilha sonora original. Mas o que teria, possivelmente, “O Grande Hotel Budapeste” para não fazer parte do “Buchicho”  e estar nas “quebradas” ?

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O filme de Wes Anderson conta a história do concierge Sr. Gustave (Ralph Fiennes) e de um recorte de tempo na história de um famoso hotel numa república fictícia chamada Zubrowka. No período entre guerras, Sr. Gustave é chamado para a leitura do testamento de madame D. (Tilda Swinton), uma hóspede assídua e amiga íntima. A partir daí temos a história dentro da história. No presente, Mr. Moustafa (F. Murray Abraham) conta a história  do hotel desde o inicio, antes da primeira guerra, quando era contínuo do saguão, sentado à mesa com um escritor (Jude Law) até tornar-se dono majoritário do empreendimento. E temos como personagem principal, as narrativas, as formas de se contar uma história, numa mistura de “tempos” espetacular. Além do destaque para a maneira de fazê-lo, os takes e a tiradas são de cartoon, no mesmo estilo de “Em Busca do Ouro” (1925) de Charles Chaplin, que salvaguardadas as diferenças tecnológicas e o tempo da história, nos remete a cenas, que mais tarde seriam exploradas em seus aspectos estéticos e cômicos, em Cartoons,  Em “O grande hotel Budapeste” essa mistura de linguagem (literatura/cartoon/cinema) diferencia seu estilo e o tira do lugar comum, dando um tom caricatural e surreal de desenho animado. A história é original, porém foi inspirada nos livros de Stefan Sweig (1881-1942), “Coração impaciente” e “Êxtase da transformação”, numa costura brilhante sobre a arte de contar histórias.

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Produzido pelo Reino Unido, Alemanha e EUA “O grande Hotel Budapeste” foi filmado na Alemanha e Polônia e contou com uma equipe e um  casting  experiente. A direção é de Wes Anderson um texano que tem no currículo “Moonrise Kingdom”(2012), “Os Excêntricos Tenenbaums” (2001) e a animação “O fantástico Sr. Raposo” (2009), pelos quais foi indicado ao Oscar.  Na fotografia Robert D. Yeoman de “Moonrise Kingdom”. No design de produção, uma das categorias nas quais concorre ao oscar, Adam Stockhausen de “V de Vingança” (2005) e “Hellboy” (2004). Na decoração do set de filmagem, o que merece destaque nesta película, Anna Pinnock de  “as aventuras de PI” (2012), “A Bússola de Ouro” (2007) e “Assassinato de Godsford Park (2001) pelos quais também concorreu ao Oscar. No figurino, categoria a que o filme  concorre ao prêmio maior do cinema, a já oscarizada três vezes, Milena Canonero, por: “Maria Antonieta” (2006), Barry Lyndon (1985) e Carruagens de Fogo” (1981). Alem, é claro, do super elenco que conta com participações especiais de: Adrien Brody (o pianista), Jeff Goldblum ( Jurassic Park), Willem Dafoe (O Anticristo), Jude Law (Closer), Bill Murray (Um Santo Vizinho), Edward Norton (Birdman), dentre outros.

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Em suma, o filme de Wes Anderson é uma obra de arte imiscuída em meio a produções comerciais, disputando o prêmio máximo do cinema mundial. Para quem gosta do estilo e considera premiações indispensáveis, agora é torcer para que em algum dos nove envelopes das categorias às quais concorre o filme , em pelo menos um, a resposta ao complete a lacuna para a afirmação…and the Oscar goes to…… seja “O grande Hotel Budapeste” 🙂

 

Sobre o Autor:

Crítica cinematográfica, editora do site Cinema & Movimento, mestre em educação, professora de História e Filosofia e pesquisadora de cinema. Acredito no potencial do cinema para fomentar pensamento, informar, instigar curiosidades e ser um nicho rico para pesquisas, por serem registros de seus tempos em relação a indícios de mentalidades, nível tecnológico e momento histórico.

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