‘O Rei Está Nu’ fragmentos de memória

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‘O Rei Está Nu’ fragmentos de memória

Por | 2020-10-19T00:47:27-03:00 4 de outubro de 2020|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

O Rei Está Nu (The Nacked King/Der Nackte Köning – 18 fragmente Über Revolution) (Documentário); Direção: Andreas Hoessli; Alemanha/Suíça, 2019. 108 Min.

” O Rei Está Nu” é um filme de cunho político dirigido por pelo documentarista Andreas Hoessli que faz um paralelo entre dois movimentos sociais acontecidos no século passado. Um no Oriente Médio (Irã), outro na Europa (Polônia). O mote do longa é seguir os passos do, controverso e aclamado jornalista, Ryszard Kapuscinski (1932-2007) em seus trabalhos de cobertura da Revolução Iraniana de 1979, que destituiu a monarquia, tirando do poder o Xá Reza Pahlevi e ascendendo o Aiatolá Khomeini e; a greve do trabalhadores na Polônia em 1980, que deu origem ao sindicato Solidariedade, que tornou Lech Walesa conhecido em todo o mundo e presidente da república daquele País de 1990-1995..

Andreas Hoessli é formado em História econômica e Social por instituições em Zurich e Paris e conheceu Ryaszard Kapucinski na década de 70 do século XXI quando fez seu doutorado na Polônia. Hoessli é conhecido por seus trabalhos: “Devil Don’t Dream” (1995) pelo qual foi premiado em Berlim; “Wall Street: A Wondering Trip” (2004) e ; “The Making History” (2002). O cineasta é membro da Academia de Filmes da Suíça e acredita no documentário como instrumento de memória histórica.

“O Rei Está Nu” vai em busca, 40 anos depois, do que mudou na vida e no cotidiano das pessoas que viveram esses dois movimentos revolucionários. No Irã entrevista cidadãos comuns que foram ativistas dos eventos, aqueles nascidos e criados sob égide dos calores da revolução recém acontecida. Encontra o parceiro de trabalho de Kapuchinski, Parvez Rafie e refaz o caminho de sua reportagem. consegue achar e conversar com Mahsen Rafiqdoost, homem de confiança de Khomeini à época; Kamal Tabrizi que fez as imagens de protesto do 4 de novembro de 1979 em frente a embaixada americana em Teerã e o escritor e pesquisador Amir Hassan Chehetan, que produziu trabalhos sobre o movimento. Na Polônia, consegue conversar com ex-agentes do serviço secreto da Polônia, cientistas politicos poloneses, com Józef Pinior, um dos fundadores do sindicato Solidariedade e com o câmeraman, Jacek Petrycki que fez imagens da greve de 1980 na Polônia.

Em suma, o longa é um registro histórico recortado por um roteiro e uma direção, um instrumento de registro imagético e testemunhal de fatos históricos. Está diretamente conectado com “Golpe de 53”, uma espécie de início dessa história toda em relação disputa de poder recente do Irã. Historiadores e apreciadores do gênero documentários são o público alvo, mas serve para todos, inclusive como uma introdução a uma boa aula de História. Vale a pensa conferir!

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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