Os 33 (Los 33). (Drama); Elenco: Antônio Banderas, Juliette Binoche, Rodrigo Santoro, Gabriel Byrne; Direção: Patrícia Riggen; Chile, 2015. 145 Min. #FestivalDoRio2015
O filme de Patricia Riggen conta a história da tragédia do soterramento de 33 mineiros numa mina em Capiapó, no deserto do Atacama, Chile, ocorrido em 2010. No formato ficção o roteiro é baseado no relato dos mineiros e de seus familiares.
Soterrados a 700m abaixo do nível do mar, 33 mineiros liderados por Mário Sepúlveda (Antônio Banderas) ficaram alojados num compartimento da mina chamado refúgio, aguardando por resgate. Enquanto isso o ministro da energia Laurence Golborne (Rodrigo Santoro), o engenheiro Andre Sougarret (Gabriel Byrne), procuravam uma solução para situação, realizando todas as tentativas possíveis. O caso foi acompanhado, na época, pelo mundo todo. Logo, todos conhecemos seu desfecho e o sabemos ter sido bem sucedido, mas a graça do filme está nos detalhes que partiram dos relatos cotidianos de seus atores da vida real, os próprios mineiros, e no cuidado em transpor isso para a película.
O roteiro foi escrito a oito mão cuidadosas, por José Riveira de “Na Estrada” (2012); Mikko Alanne de “5 Dias de Guerra” (2010); Craig Borten de “Clube de Compras Dallas” (2013) e Michael Thomas de “Piratas do Rock” (2009) e dirigido com rigor de detalhes por Patrícia Riggen de “Sob a Mesma lua” (2007). A História em si já é sine qua non, com a trilha sonora do saudoso James Horner (1953-2015) de “Titanic” (1997) e “Avatar” (2009) a tensão é aflorada e as emoções de congraçamento são superpotencializadas, de tal forma, que é como se não soubéssemos seu desfecho.
“Os 33” funciona muito bem como um blockbuster no estilo catástrofe com final feliz, até porque, além de ter um roteiro muito bem construído tem o Antônio Banderas e o Rodrigo Santoro para fã nenhuma reclamar. Mas nem tudo são flores, um filme que retrata um resgate histórico num pais de língua hispânica e cujo nicho – a mineração – é uma de suas características econômico-culturais, retratados inclusive por Neruda, optar por ser versado em inglês, destoou feio. Mas, ainda vale a ingresso.
- Festival do Rio 2015 – Mostra Panorama do Cinema Mundial
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