‘Os 7 de Chicago’ e a nostalgia Yippie

>>‘Os 7 de Chicago’ e a nostalgia Yippie

‘Os 7 de Chicago’ e a nostalgia Yippie

Por | 2021-03-21T23:40:04-03:00 21 de março de 2021|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Os 7 de Chicago (The Trial of The Chicago) (Drama/História/Thriller); Elenco: Sacha Baron Cohen, Eddie Redmayne, John Carrol Lynch, Alex Sharp, Danny Flaherty, Jeremy Strong, Noah Robins, Yahya Abdul-Mateen II, Frank Langella, Mark Rylance, Michael Keaton; Direção: Aaron Sorkin; USA, 2020. 129 Min. #Oscar2021

O cinema tem o poder de criar perspectivas sobre questões conhecidas e de abordar aspectos sob angulações que enriquecem nossa capacidade de enxergar e interpretar o mundo. “Os 7 de Chicago” nos proporciona ‘viajarmos’ para momentos históricos e conhecermos outras versões das atuações dos movimentos sociais americanos com uma abordagem política e artística primorosa. É isso que Aaron Sorkin faz, nos transporta para 1968 e toda a sua efervescência mundial com rescaldo nos EUA, mais precisamente para as ruas de Chicago, no dia da Convenção Nacional Democrata que escolheria o candidato do Partido a Presidência da República daquele país.

O contexto era o movimento de contracultura, os jovens contra o sistema imperialista, do operariado de base “Black Power” por direitos trabalhistas e civis, das vozes contra a Guerra do Vietnã e a favor das liberdades de expressão. As organizações civis, sociais e não governamentais incluíam o Comitê Nacional de Mobilização contra a Guerra do Vietnã; os Young Lords; o Partido Panteras Negras; o Partido Nacional da Juventude (YIP) também chamados Yippies e os Estudantes para uma Sociedade Democrática (SDS). O ano: 1968; a pólvora: a morte do Pastor e ativista pelos direitos civis dos negros, Martin Luther King Jr. em Abril; o Mês: Agosto; o evento: a realização de um festival da juventude planejado pelo YIP que levou um total de dez mil estudantes para as ruas e vinte três mil policiais para garantir a segurança do evento político dos democratas. O acontecimento: a retirada da Bandeira americana do mastro de uma praças que serviam de acampamento estudantil, por um estudante, e o hasteamento da bandeira Vietcongue no lugar daquela. O estudante foi agredido por policiais e perdeu-se o controle da multidão e dos eventos que vieram em seguida. Um grupo de sete estudantes foram presos acusados de conspiração e incitação à revolta, e levados a julgamento

O relato dos eventos históricos e os recortes das versões dos estudantes envolvidos, são o primor de “Os 7 de Chicago” que aborda tudo a partir do julgamentos dos estudantes: Abbie Hofman (Sacha Baron Cohen), Tom Hayden (Eddie Redmayne), David Dellinger (John Carrol Lynch), Rennie Davis (Alex Sharp), John Fraines (Danny Flaherty) Jerry Rubin (Jeremy Strong), Lee Weiner (Noah Robins) e Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II) num show de edição entre os recortes das gravações e das imagens de arquivo. Das atuações brilhantes de Mark Rylance e Frank Langella e de uma elaboração de roteiro de respeito.

O longa é dirigido e roteirizado por Aaron Sorkin vencedor do Oscar de melhor roteiro por ” A Rede Social” (2010) de David Fincher e, lembrado mais recentemente, pela direção de “A Grande Jogada” (2017) e o roteiro de “Steve Jobs” (2015). “The Trial Of The Chicago” (no original) já abocanhou 48 prêmios, incluindo o Globo de Ouro de melhor roteiro. Também foi indicado a 6 Oscars nas categorias: filme, roteiro original, ator coadjuvante para Sacha Baron Cohen, edição, fotografia e canção original. Tem força nas categorias de roteiro e edição. Mas, em se tratando do Oscar tudo pode acontecer. O quesito designer de produção não entrou para a indicação, mas é um dos destaques do longa, bastante marcado na história, meticulosamente pensado e com um rigor que promove uma viagem à década de 60.

“Os 7 de Chicago” é um do filmes que dão a tônica do Oscar 2021, juntamente com “Uma Noite em Miami”, “Time”, “Destacamento Blood” e “Era Uma Vez Um Sonho” abordando temáticas sociais, étnicas e políticas. Vale a pena conferir e tirar suas próprias considerações. Esta disponível na Netflix. #FiqueEmCasa

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

Deixar Um Comentário