Planeta dos Macacos: A Guerra

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Planeta dos Macacos: A Guerra

Por | 2017-09-04T21:01:41-03:00 4 de setembro de 2017|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Planeta dos macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes) (Ação/Aventura/Drama); Elenco: Andy Serkis, Woody Harrelson, Toby Kebbell, Steve Zhan, Karin Konoval; Direção: Matt Reeves; USA/Canadá/Nova Zelândia, 140 Min. 

Com links diretos com o filme de 1968, “Planeta dos Macacos: A Guerra” dá continuidade à sua fórmula de início: ênfase nos olhares, no planejamento e na cooperação. Seguindo o viés da evolução cognitiva em detrimento da física, relativo ao núcleo dos símios, e mostrando a crueldade humana como um aspecto primitivo da humanidade, um retrocesso relativo ao núcleo dos humanos. O que vem  justificar todo o ódio dos macacos no filme de 1968. Aqui nos é apresentado Cornelius (Devyn Dalton) que é filho de César (Andy Serkis),  interpretado por Roddy Mcdowell  no filme original. E Nova (Amiah Miller) interpretado por Linda Harrison (1968). Ou seja, a trilogia fecha redondinha como prequel do filme baseado na obra de Pierre Boulle (1912-1994).

Depois de terem evoluído cognitivamente, relativo a conexão de informações e produção conhecimento; depois de ter sido traído por Koba e infringido a regra-mor dos símios: “Macaco não mata macaco” César e o seu grupo se vêm diante de um confronto iminente com os humanos e contemplando o quanto os humanos se digladiam entre si. Depois de perder a família e se inflamar de ódio, César e seu grupo são feitos de escravos pelo Coronel (Woody Harrelson). Aqui, se desenham as interseções e as diferenças entre símios e humanos. Aqui, César termina sua saga de grande líder dos símios e de conscientização do ideal de luta pela sobrevivência, pela individualidade e direito a um espaço geográfico por parte dos símios. Ou seja, de politização do núcleo dos macacos.

O longa-metragem foi dirigido por Matt Reeves que está no projeto desde “Planeta dos Macacos : O Confronto” e é conhecido por “Let Me In” (2010). A trilogia foi inspirada na obra de Pierre Boulle, mas seus personagens são criação de Rick Jaffa de “Jurassic World” (2015) e sua mulher Amanda Silver. Quem escreveu o roteiro foi Mark Bomback de “Wolverine: Imortal” (2013), juntamente, com Matt Reeves. E o que se destaca, além da atuação de Andy Serkis usando a tecnologia de captura de movimento, é a trilha sonora de Michael Giacchino, que é simplesmente estupenda, e super potencializa a história.

O filme foi indicado a melhor blockbuster no Golden Trailer Awards mas, seu maior mérito não é esse, é o de fazer conexões procedentes com “Planeta dos Macacos” (1968) dirigido por Frank Schaffner. Em co-produção com o Canadá e com a Nova Zelândia, “Planeta dos Macacos: A Guerra” nos prepara para entrar no clima do filme estrelado por Charlton Heston e mais, torcer pelos símios. Aqui compreendemos de forma mais clara o que aconteceu na versão de 1968. E a versão de Matt Reeves tem takes que são, absolutamente complementares um ao outro nas duas versões ( o da praia a cavalo em que, na primeira versão, George Taylor (Charlton Heston)  sai da colonia dos gorilas para saber o que aconteceu com o mundo, e que lugar era aquele; e  aqui, o grupo de César estão indo fundar essa colonia – simplesmente genial).

A trilogia foi muito bem pensada e abordada em seu cerne, e manteve a vibração e a linha de raciocínio desde o início. “Planeta de Macacos: A Guerra” é o tipo de blockbuster com conteúdo, para quem tem olhos de ver. Brinca com aspectos antropológicos, filosóficos e literários, e que por tal, vale constar na videoteca de casa, juntamente com a versão de 1968, é claro. Afinal, são complementares. Sem esquecer que é um produto cinematográfico do gênero ação e aventura. No que manda muito bem, também.

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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