Prova de Coragem

Prova de Coragem

Por | 2016-05-14T00:00:51-03:00 14 de maio de 2016|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Prova de Coragem (Drama); Elenco: Armando Babaioff, Mariana Ximenes; Direção: Roberto Gervitz; Brasil/Uruguai, 2015. 90 Min.

“Somos quem podemos ser”  

(Engenheiros do Hawaii)

Filme brasileiro co-produzido com o Uruguai, dirigido por Roberto Gervitz e estrelado por Mariana Ximenes “prova de Coragem” é ambientado no Rio Grande do Sul. Tem na trilha sonora a banda gaúcha Engenheiros do Hawaii e versa sobre a coragem necessária para se tomar decisões, mesmo que não sejam as acertadas.

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Adri (Mariana Ximenes) é uma artista plástica que vive um relacionamento de sete anos com Hermano (Armando Babaioff),um médico e atleta de alpinismo. Jovens e cheios de sonhos, planos e incertezas, descobrem-se grávidos. E surgem as questões pertinentes à liberdade, às responsabilidades e as escolhas. O contexto é o cotidiano e tudo o que nele acontece. A história pinça aspectos da juventude de Hermano para traçar um painel estrutural de sua personalidade e a explicação da dificuldade de Hermano para tomar decisões. E essas características de personalidade é que serão o lastro para pontuar a história. Uma viagem de ida e volta ao passado de Hermano e nos aspectos da relação dele com Adri. O espectador é posto entre o casal observando e passeando pelas memórias do indeciso e confuso futuro papai, e pelos momentos de conflito do casal, que são expostos de forma superficial e fragmentada.

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O roteiro é baseado no livro “Mãos de Cavalo” de Daniel Galera e o filme foi indicado ao Grande Prêmio das Américas do Festival de Montreal. Dirigido por Roberto Gervitz de “Feliz Ano Velho” (1987), a obra deixa a desejar na narrativa fragmentada, com argumentos superficiais e atuações que soam artificiais e forçadas. A liga é fraca para sustentar uma história que tem um recorte de nove meses na vida do casal, e para dar condições de conectar-se com o título da obra. Que, por sua vez, soa mais como licença poética do que como um link de coerência com a saga que é mostrada. Mas, existem aspectos positivos. A fotografia de Lauro Escorel de “Brincando nos Campos do Senhor” (1991) é belíssima e a trilha sonora de Luiz Henrique Xavier de “Jogo Subterrâneo” (2005) – pelo qual ganhou o prêmio de melhor música no Festival de Havana – traz de volta os Engenheiros do Hawaii e nos proporciona uma viagem às décadas de 80 e 90.

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No mais, é uma produção bi-nacional com uma atriz conhecida do grande público, Mariana Ximenes de “Quase Memória” (2014) e de tantas novelas brasileiras. Porém, é na linha mais do mesmo. Vaticinando: insosso, fragmentado e superficial. Uma pena.

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Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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