Sem Filhos (Sin Hijos). (Comédia/Romance); Elenco: Diego Peretti, Maribel Verdú, Guadalupe Manent; Direção: Ariel Winograd; Argentina/Espanha, 2015. 90Min.
A comédia romântica “Sem Filhos” é o mais recente longa do diretor argentino Ariel Winograd e versa sobre uma questão importante: a escolha de ter filhos ou não, por parte de uma mulher. E neste caso, pelo simples fato de não gostar de crianças. Mesmo sendo uma comédia, cabe uma reflexão sobre a questão de uma forma gostosa, já que o tema é ácido. Porém, o longa se perde. Entre os vários caminhos à disposição para desenvolver o argumento, foi escolhido o caminho mais fácil, o da criança que conquista o adulto.
Gabriel (Diego Peretti) é um divorciado, pai de uma filha de 9 anos, Sofia (Guadalupe Manent) que vive para administrar sua loja de instrumentos musicais. Apesar dos amigos apresentarem mulheres interessantes para que Gabriel refaça sua vida, ele se sabota e não aceita ninguém. Até que, um dia, reencontra uma colega de escola, Vicky (Maribel Verdú). Descolada, solteira e que havia sido apaixonada por ele na juventude. A questão é que Vicky odeia crianças e faz parte de um movimento chamado “No Kids”. A história toda se desenrola com Gabriel tentando esconder Sofia de Vicky, o que traz situações hilárias e muitas gargalhadas.
A história de Pablo Solarz e roteiro de Mariano Vera, traz um tema pertinente, com argumentos, a princípio, muito reais e que dariam uma boa história, mesmo em uma comédia. Com signos procedentes e características que correspondem à realidade com uma pegada de sinceridade que fariam a diferença. Até se perder no meio do caminho e cair no lugar comum, no melhor estilo, ninguém resiste a uma criança. Desperdiçou-se uma boa oportunidade de fazer algo diferente. De através do riso, abordar um assunto interessante e poderoso. Com esse desfecho, o filme nos remete ao mexicano “Não Aceitamos Devoluções” (2013) de Eugenio Derbez, em que tudo gira em torno da criança e que também se perde no roteiro. O longa teria mais procedência, na concatenação do título com a história, se se chamasse “Com Filhos”.
Porém, independente disso, alguns aspectos devem ser destacados. A atuação de Guadalupe Manent é um show, literalmente. Oriunda de séries de TV, a pequenina fez bonito e chama atenção por isso. A direção de arte é outro destaque. Daniel Gimelberg de “O Último Elvis” (2012) captou perfeitamente a ‘vibe’ de um ambiente com criança e sem criança, transpondo a energia para os cenários, nas alterações das cenas.
No mais, para quem quer rir com situações inusitadas do cotidiano e curtir uma comédia romântica no estilo…filhos ter ou não ter, eis a questão…é uma boa pedida. Mas é fraquinho para o que se propõe.
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