Sétimo

Por | 2014-10-02T04:47:17-03:00 2 de outubro de 2014|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Sétimo (Séptimo). (Mistério); Elenco: Ricardo Dárin, Belém Rueda, Abel Dolz Doval; Diretor: Patxi Amezcua. Espanha/Argentina, 2013. 88 Min. #festivaldorio2014

Está em cartaz dois filmes com o renomado ator argentino Ricardo Darin, o espetacular “Relatos Selvagens” de  Damian Szifrón e o não tão notável “Sétimo” de Patxi Amezcua de “25 Kilates” (2008) que ganhou melhor filme no festival de Málaga.

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A história consiste num episódio cotidiano que é desespero de qualquer pai e qualquer mãe, perder os filhos de vista a não conseguir acha-los. Neste caso, o pai, Sebástian (RicardoDarín) que vai até o apartamento da ex-mulher Délia (Belém Rueda) de “Mar a dentro” (2004) para apanhar os filhos Luca (Abel Dolz Doval) e Luna (Charo Dolz Doval), que são irmãos na realidade, e leva-los à escola. No meio do caminho, entre elevador e o andar térreo as crianças desaparecem. A trama se dá em torno do desenrolar dessa procura. O desespero, a busca pela lógica, pelo óbvio, se o há, e todas as possibilidades são aventadas. Porém o filme perde na intensidade, na conexão entre os fatos, para o desfecho que é apresentado ao final. O roteirista, Alejo Flah que vem de curtas e séries de TV, escrevendo a quatro mãos com Patxi Amezcua,  não dá conta do recado de levar o suspense num crescendo e corresponder com conexões intrincadas e dicas de olhares ou pistas consistentes que façam o espectador se imiscuir à trama Não se trata de esperar uma trama Hitchcockiana, mas de esperar consistência, que não há. E a sensação é a de ter consumido um sundae sem açúcar, uma certa decepção ao final. Se fosse uma comédia, talvez tivesse um melhor resultado.

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Mesmo tendo sido indicado para ao premio do juri no  festival de filmes de Miami, “Sétimo” deixa uma insatisfação , e a expectativa gerada não é correspondida e fica uma sensação de que faltou algo e que Ricardo Darín poderia ser melhor aproveitado. A impressão que fica é que a intenção foi a de chamar o público do Darin para dar ibope ao filme e pouco se preocupou com o conteúdo da história, mas mesmo assim Ricardo Darin no papel de pai desesperado se saiu muito bem, também pudera, Darin é Darin, não é não?! Mas pra quem quer ver o astro em ação, tá valendo.

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  • Mostra Première Latina

Sobre o Autor:

Crítica cinematográfica, editora do site Cinema & Movimento, mestre em educação, professora de História e Filosofia e pesquisadora de cinema. Acredito no potencial do cinema para fomentar pensamento, informar, instigar curiosidades e ser um nicho rico para pesquisas, por serem registros de seus tempos em relação a indícios de mentalidades, nível tecnológico e momento histórico.

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