Silêncio de Rádio (Radio Silence) (Documentário); Direção: Juliana Fanjul; Suíça/Méximo, 2019. 79 Min. #FestivalEtudoVerdade2020
O Documentário dirigido por Juliana Fanjul é um registro da pressão política sofrida pela jornalista investigativa mexicana Carmen Aristegui, que mantinha um programa de rádio naquele país com mais 18 mil ouvintes diários. Carmen fora demitida em 2015 pela MVS Radio, sem motivo aparente E tudo indicava que era um represália por suas matérias sobre a corrupção do governo e a promiscuidade deste com os cartéis do crime organizado do México.
Formadora de opinião e querida pela população, Carmen Aristegui denunciava os desmandos de corrupção do governo do, então presidente da República, Enrique Peña Nieto. O contexto policial do país era de um momento de morte de jornalistas e a da contagem de mais 34 mil desaparecidos na guerra contra os cartéis. Carmen, então, decide montar seu próprio estúdio o “Aristegui News” e inicia sua saga pelas redes sociais enquanto processa a rádio para a qual trabalhava e se protege como pode. O longa acompanha a tensão de Carmen, seu cotidiano e suas investigações, a invasão de seu estúdio por meliantes, gravados pelo circuito interno e TV do estúdio, e a coragem de Carmen Arsitegui.
A documentarista Juliana Fanjul conhecida por “Muchachas” (2015) acompanha esta saga como forma de protesto à censura sofrida pela jornalista e traz para o público uma obra enxuta e inteligente sobre a luta por liberdades democráticas, e de denuncia de um momento da História política do México. A edição ficou sob a batuta do especialista em documentários Yael Bitton e isso conferiu uma concisão à história que nos entrega quase que um filme policial.
Por tal “Silêncio de Rádio” recebeu Menção honrosa do prêmio de Direitos Humanos no Dokufest International Documentary and Short Film. Em suma, o longa é uma produção audiovisual que abre espaço para mostrar a força de profissionais comprometidos com a justiça, as liberdades individuais e de imprensa, num contexto de muita repressão ameaças e mortes. Vale a pena ser apreciado e sem a menor moderação.
O filme concorreu na mostra internacional de documentários do Festival “É Tudo Verdade” 2020. Assistido em cabine no dia 30/09
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