‘Somente o Mar Sabe’ – fatalidade ou covardia?

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‘Somente o Mar Sabe’ – fatalidade ou covardia?

Por | 2018-06-24T10:12:58-03:00 26 de abril de 2018|Crítica Cinematográfica|0 Comentários

Somente o Mar Sabe (The Mercy) (Biografia/Drama); Elenco: Colin Firth, Rachel Weisz, David Thewlis; Direção: James Marsh; Inglaterra/Espanha, 2018. 112 Min.

Parafraseando a máxima “Só deus sabe” a versão brasileira para o título original “The Mercy”  é “Somente o Mar Sabe” pela incógnita da própria história. O longa conta um recorte de tempo da vida do velejador e inventor Donald Crowhurst que, na década de 60 resolveu participar da Golden Globe Race, uma competição de volta ao mundo pelos oceanos promovida pelo “The Sunday Times”. Ganhava quem a fizesse em menos tempo. O roteirista Scott Z. Burns e o diretor James Marsh baseiam-se nos diários de bordo de Crowhurst para trazer essa história para telona de forma bastante intimista.

Donald (Colin Firth) era um inventor e velejador amador, sem experiência em longas viagens, principalmente, sozinho. Quando decide participar de um dos maiores desafios humanos para a época.  Esta história é contada desde os anos 70 em livros, filmes de TV e documentários produzidos pela BBC. Já foi alvo, inclusive, de peças de teatro e poesias. Agora James Marsh resolve traze-la para a telona em circuito mundial. Diferente de “Até o Fim” (2013) de J. C. Chandor estrelado por Robert Redford, que é um monólogo silencioso de um velejador à deriva no oceano, “Somente o Mar Sabe” é explicativo e relata cada pensamento, possibilidades de solução ou não das questões apresentadas e o desequilíbrio psíquico do velejador amador.

Estrelado por Colin Firth de “O Discurso do Rei” (2010) e Rachel Weisz de “O Jardineiro fiel” (2005), o forte do longa são as atuações e o roteiro de Scott Burns de “Terapia de Risco” (2012). Dirigido pelo mesmo diretor de “A Teoria de Tudo” (2014) o longa tem camadas sutis, mas sem profundidade de abordagem, se detém, principalmente,  no próprio Donald Crowhurst e seu perfil, deixando para o espectador  pensar as possibilidades apresentadas no final.

Em suma, para uma biografia é uma história bem contada. Mas para refletir sobre aspectos existencialistas, que também é o seu mote, “Até o Fim” é bem melhor. Independente disso vale o ingresso e o ponto de interrogação deixado na testa de cada espectador.

Sobre o Autor:

Editora do site Cinema & Movimento e crítica cinematográfica

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