T2 Trainspotting (Drama); elenco: Ewan McGregor, Robert Carlyle, Ewen Bremner, Jonny Lee Miller; Direção: Danny Boyle; Reino Unido, 2017. 117 Min.
Eles estão de volta depois de vinte anos. Renton, Sick-boy, Begbie e Spud, os amigos unidos pelo vício em heroína que passaram situações difíceis em 1996: da perda do bebê de Sick-boy/Simon a abstinência de Renton forçada pelos pais; da prisão de Begbie a traição de Renton e Spud aos amigos. A vibe da obra era Mostrar o cotidiano de amigos jovens que consumiam drogas sem nenhuma apologia às mesmas. Mas fazendo um passeio por essas criações de realidades, em específico, a daqueles meninos costurado pelas premissas da escolha. E, ainda, mostrar o quanto o mundo careta também é contaminado por outros tipos de drogas como como a ambição e a falta de bom caráter . Em “T2 Trainspotting” os coroas estão “limpos” e o paralelo entre os dois mundos e suas perspectivas é muito bem desenhado.
No segundo longa da história Renton continua ‘limpo’ e volta para rever os amigos que não ficaram nada satisfeitos de terem perdido dezesseis mil libras para ele, que as afanou há vinte anos atrás. O enredo gira em torno dessa recepção nada calorosa e as relações a partir dela. Com links procedentes com o primeiro filme, ‘T2’ é uma agradável surpresa pela capacidade de Danny Boyle em manter a mesma vibração, velocidade e energia do projeto inicial. E mais, a sorte de ter o elenco principal original todos vivos, bem e conectados na mesma vibração dessa história, que é um festival de sensorialidade e de viagem no tempo sobre si mesmo, as histórias de vida e as mudanças, ou não.
O inglês Danny Boyle é conhecido por filmes como “Quem Quer Ser Um Milionário?” (2008) “127 horas” (2010) e o recente “Steve Jobs” (2015). Quanto ao roteiro, cuja origem é a adaptação do livro de Irving Welsh, é muito bem costurado entre os dois filmes. A fotografia de Antony Dod Mantle é a alma do longa com suas metáforas imagéticas que traduzem sensações. E a edição espetacular de Jon Harris de “Kingsman: Serviço Secreto” (2014) é de arrepiar associada à trilha sonora que vai de David Bowie a Queen; de Underworld a Billy King e de Lou Reed a Antonio Carlos Jobim aumentando ainda mais a tatibilidade.
“T2 Trainspotting” é uma viagem à juventude, uma brincadeira sobre o que éramos e o que nos tornamos. É uma obra de recorte e colagem de aspectos muito bem feita. Para assistir ao filme e tirar considerações procedentes sobre a vida e suas errâncias, havemos que nos despir de preconceitos. A obra é uma ficção que faz um passeio pela vida de pessoas que têm comportamentos existentes na realidade. “T2” é um fomento de memória afetiva e tanto, e vale o ingresso. Principalmente para quem assistiu ao primeiro filme. “T2” é uma viagem, literalmente.
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